Já postei aqui no Blog sobre as fases de crescimento e desenvolvimento do bebê. Recentemente li o que Andréia Mortensen escreveu e gostei bastante!
Vale a pena ler com calma, identificando as fases do seu bebê ou criança e descobrindo uma forma particular ou até mesmo, ouvindo outras mães, para buscarem as melhores saídas!
Fases de
crescimento e desenvolvimento que modificam o sono do bebê e da criança
O desenvolvimento e o crescimento do bebê no primeiro ano e além, podem
provocar alterações no sono de seu flho. Veja como saltos de desenvolvimento, picos de
crescimento e angústia de separação, podem interferir no sono:
O primeiro ano da criança é uma fase de mudanças extraordinárias para
toda a família. Esse período é excitante e desafiador, quando bebês aprendem a
comunicar suas necessidades e pais aprendem como atendê-las.
Você pode pensar que o desenvolvimento do seu bebê (como aprender a
rolar, engatinhar e andar) e seu crescimento não tem nada a ver com o sono, mas
a verdade é que caminham juntos! Abaixo uma descrição dos fenômenos chamados
saltos de desenvolvimento, picos de crescimento e angústia de separação.
Saltos de desenvolvimento
Saltos de desenvolvimento são aquisições de habilidades funcionais
específicas que ocorrem em determinados períodos. O ritmo de desenvolvimento
não é constante: há alguns períodos de desenvolvimento acelerado e outros onde
há uma desaceleração.
Toda vez que seu bebê desenvolve uma nova habilidade, ele fica tão
excitado e obcecado com a conquista que a quer praticar o tempo todo, inclusive
durante o sono. Em outras palavras, um dos ‘efeitos colaterais’ desse trabalho
todo que o cérebro dos bebês está fazendo é que eles não dormem tão bem quanto
o fazem em períodos que não estão trabalhando em dominar uma nova habilidade.
Eles podem até resistir às rotinas já estabelecidas.
No período que imediatamente antecede o chamado salto de
desenvolvimento, o bebê repentinamente pode se sentir perdido no mundo, pois
seus sistemas perceptivo e cognitivo mudaram, houve uma maturidade neurológica,
mas não tempo hábil para adaptação às mudanças. Então o mundo lhe parece
estranho, e o resultado da ansiedade gerada é geralmente desejar voltar para
sua base, ao que já lhe é conhecido, ou seja, a mamãe! Em vista disso, é comum
ficarem mais carentes, precisando de mais colo, e com frequência há também
alterações em seu apetite e sono.
Então, nessas fases, é preciso apenas ter um pouco de paciência e
empatia com o bebê - depois do processo de aquisição da nova habilidade (como
rir, engatinhar, sentar, interagir, andar) o bebê dá um salto no
desenvolvimento e demonstra felicidade com o final da ‘crise’. Ou seja, por um
lado, o bebê fica feliz com a nova habilidade e independência que vem junto, e
já é capaz de se afastar um pouco da mamãe. Por outro lado, sente angústias e
receios com essa nova situação. Isso lhe traz sentimentos dúbios: é como uma
‘dança louca’ entre separação e apego, onde o bebê irá flutuar entre os dois
por um período.
A duração de cada salto é variável, mas geralmente depois de algumas
semanas a fase difícil passa e tudo volta à normalidade. Bebês e crianças
precisam de cuidados amorosos, empatia e novas experiências, e não de
brinquedos caros. Fale com seu bebê, cante, brinque com ele, leia para ele. São
atividades chave para o desenvolvimento do cérebro. Os saltos no
desenvolvimento não cessam na infância, mas continuam até a adolescência.
Essas aquisições ocorrem em vários aspectos: desenvolvimento
motor(aprender a usar grupos de músculos para sentar, andar, correr, ter
equilíbrio corporal, mudar de posições e outros), desenvolvimento do
controle motor fino(usar as mãos para comer, desenhar, se vestir, tocar um
instrumento, escrever, e tantas outras coisas), linguagem (desenvolvimento
da fala, uso de linguagem corporal e gestos, comunicação e entendimento do que
outros dizem),desenvolvimento cognitivo [nos dois primeiros anos de
acordo com Piaget, ocorre o desenvolvimento sensório-motor, que
inclui habilidades de pensamento como aprendizado, entendimentos, resolução de
problemas, raciocínio e memória (3)] e desenvolvimento social (interagir
e se relacionar com familiares, amigos e professores, mostrar cooperação e
empatia).
Certa variação entre crianças é esperada, mas uma cronologia observada
experimentalmente dos períodos de saltos de desenvolvimento é a seguinte:
- 5 semanas (1 mês): a visão do bebê melhora, ele consegue
ver padrões em branco e preto, passa a se interessar mais pelo ambiente que o
rodeia e consegue seguir objetos brevemente com os olhos. Passa ficar acordado
por períodos um pouco maiores (cerca de 1 hora ou pouco mais entre as sonecas).
É também nessa época que bebê começa a chorar com lágrimas e sorrir pela
primeira vez ou com mais frequência do que antes.
- 8 semanas (quase 2 meses): diferenças nos sons, cheiros e
sabores ficam mais perceptíveis. Ele percebe que as mãos e os pés pertencem ao
corpo e começa a tentar controlar estes membros. O bebê começa também a
experimentar com sua voz. É também nessa fase que o bebê começa a mostrar um
pouco de sua personalidade: é agora que os pais começam a reparar quais coisas,
cores e sons o bebê gosta mais. Depois desse salto o bebê vai poder virar a
cabeça na direção de algo interessante e emitir sons conscientemente. Todas
essas novas experiências trazem insegurança ao bebê que provavelmente procura
mais o conforto do peito da mãe. Isso pode deixar a mãe preocupada se produz
leite materno suficiente, o que não procede, já que a produção se ajusta à
demanda (ver abaixo também sobre picos de crescimento).
- 12 semanas (quase 3 meses): o bebê descobre mais nuances
da vida: nessa idade o bebê já pode enxergar todo um cômodo da casa, vira-se
quando ouve sons altos, e consegue juntar suas mãos. Vai observar e mexer no
rosto e cabelo dos pais e vai perceber que pode gritar. Depois do salto o bebê
praticamente não vai mais precisar de apoio para manter a cabeça erguida. Como
nos outros saltos, os pais são o porto seguro do mundo do bebê e ele se apoia
nisso. Ele pode começar a reagir de maneira diferente fora de casa ou no colo
de um estranho. Ao mesmo tempo que o bebê tem uma grande curiosidade em reparar
no mundo que o rodeia, ele também é muito sensível às novidades e por isso se
sente mais confortável e seguro nos braços dos pais.
- 19 semanas (4 meses e meio): por volta da 14ª. até a 17ª.
semanas o bebê pode parecer mais ‘impaciente’. Esse é um dos saltos mais
longos: dura cerca de 4 semanas, podendo porém se estender por até 6 semanas. O
bebê chora mais, apresenta mudanças extremas de temperamento e quer mais
atenção e colo. Consegue alcançar e pegar um brinquedo, sacudi-lo e colocá-lo
na boca, passá-lo de uma mão para outra. Pode ganhar o primeiro dente. Os sons
que o bebê emite se tornam mais nítidos e complexos, consegue fazer alguns sons
como ‘baba’, ‘dada’. Tudo cheira, soa e tem gosto diferente agora. Dorme menos.
Estranha as pessoas e busca maior contato corporal quando está sendo
amamentado. Depois desse salto o bebê vai poder virar de costas e de barriga
para baixo, e vice-versa, se arrastar pra frente ou pra trás, olhar atentamente
para imagens num livro; reagir ao ver seu reflexo no espelho e reconhecer seu
próprio nome.
Esse é um dos saltos de desenvolvimento mais significativos e em que um
maior número de mães costuma relatar alterações no sono. Provavelmente porque o
padrão de sono parecia entrar num ritmo desde que o bebê nasceu, e essa
alteração é vista como uma ‘regressão’, na qual o bebê tende a acordar bastante
por algumas semanas enquanto está trabalhando no salto. E uma vez que esse
salto está completo há somente 1 ou 2 semanas antes de começar a trabalhar no
próximo (das 26 semanas), é um longo período de sono ruim e bebê irritado nesse
estágio da vida.
- 26 semanas (6 meses): Já na 23ª semana o bebê parece se
tornar mais ‘difícil’. Ele busca maior contato corporal durante as
brincadeiras. O bebê já consegue coordenar os movimentos dos braços e pernas
com o resto do corpo. Senta sem apoio e põe objetos na boca. Nessa idade ele
começa a entender que as coisas podem ficar dentro, fora, em cima, embaixo,
atrás, na frente, e usa isso em suas brincadeiras. Ele passa a entender que
quando a mamãe anda, ela vai se afastar e isso o assusta, então reclama quando
a mãe sai de perto. Depois desse salto o bebê vai ficar interessado em explorar
a casa, armários, gavetas, achar etiquetas, levantar tapetes para olhar o que
tem embaixo. Ele se vira para prestar atenção nas vozes, consegue imitar alguns
sons, rola bem em ambas direções e começa a se apoiar em algo para ficar de pé.
Adquire maturidade para receber alimentos sólidos. Essa fase pode durar cerca
de 4-5 semanas.
- 30 semanas (7 meses): o bebê tenta se jogar adiante para
alcançar objetos, bate um objeto em outro. Pode começar a engatinhar, a falar
algumas sílabas e entende melhor o conceito de permanência das coisas. Pode
fazer sinal de tchau. Sente ansiedade com estranhos.
- 37 semanas (8 meses e meio): o bebê fica ‘temperamental’,
tem mudanças frequentes em seu humor, de alegre para agressivo e vice-versa, ou
de exageradamente amoroso para ataques de raiva em questão de momentos. Chora
com mais frequência. Quer ter mais atividades e protesta se não as tem! Não
quer que troquem sua fralda, chupa seus dedos. Protesta quando o contato
corporal é interrompido. Dorme menos, tem menos apetite, movimenta-se menos e
“fala” menos. Às vezes senta-se quieto e sonha acordado. O bebê agora começa a
explorar as coisas de uma forma mais metódica. Passa a entender que as coisas
podem ser classificadas, por exemplo, sabe o que é comida e o que é animal,
seja ao vivo ou em um livro. Fala "mamá" e"papá" sem
distinção de quem é a mãe ou o pai. Engatinha, aponta objetos, procura objetos
escondidos, usa o polegar e dedo indicador para segurar objetos.
- 46 semanas (quase 11 meses): o bebê percebe que existe uma
ordem nas coisas e atitudes, por exemplo, que se colocam sapatos nos pés e
brinquedos nos armários. Ganha então uma consciência de suas próprias atitudes.
Ao invés de separar objetos, passa a juntá-los. Depois desse salto o bebê vai
poder apontar para algo ou pessoa a pedido seu, vai querer ‘falar’ no telefone
e enfiar chaves nos buracos de chave, procurar algo que você escondeu, tentar
tirar a própria roupa. Fala "mamá" e "papá" para a mãe ou
pai corretamente. Levanta-se por alguns segundos, movimenta-se mais, entende o
"não" e instruções simples.
- 55 semanas (quase 13 meses): geralmente a fase em que o
bebê começa a andar - um salto no desenvolvimento bem significativo. Fala mais
palavras do que "mama" e "papa". Rabisca com giz.
- 64 semanas (quase 15 meses): o bebê combina palavras e
gestos para expressar o que precisa, come com as mãos, esvazia recipientes,
coloca tampas nos recipientes apropriados, imita as pessoas, explora tudo que
estiver à sua frente, inicia jogos, aponta partes do corpo quando perguntado,
responde a algumas instruções (por exemplo, “me dá um beijo”), usa colher e
garfo, empurra e puxa brinquedos enquanto anda, joga bola, anda de marcha a ré.
- 75 semanas (17 meses): o bebê usa cerca de 6 palavras
regularmente, gosta de jogos de imitação, gosta de esconder brinquedos,
alimenta uma boneca, joga bola, dança, separa brinquedos por cor, formato e
tamanho. Olha livros sozinho e rabisca bem.
Picos de crescimento
Picos de crescimento são fenômenos que se referem ao crescimento do bebê em si,
e não ao seu desenvolvimento. Nos períodos de picos, os bebês começam a
solicitar mais mamadas do que o usual, pois precisam de mais alimento para
crescer nesse ritmo agora mais acelerado. Então o bebê que dormia longos
períodos à noite pode começar a acordar mais e solicitar mais mamadas. Esta necessidade
geralmente dura de poucos dias a uma semana, seguido de um retorno ao padrão
menor de mamadas, mas agora com o organismo da mãe adaptado a produzir mais
leite.
É muito importante respeitar a demanda aumentada de mamadas,
pois somente com a livre demanda é que a produção de leite materno se ajusta
perfeitamente às necessidades do bebê.
Nesses períodos a mãe pode interpretar incorretamente a maior demanda de
mamadas do bebê - ela pode achar que seu leite não está sendo suficiente, ou
que está ‘fraco’ e pensar que a solução para a situação é oferecer complemento
de leite artificial. Porém, é um erro oferecer mamadeiras com leite artificial
nesses períodos, pois isso prejudica o equilíbrio perfeito da natureza de
produzir o leite conforme a demanda de mamadas. Em outras palavras, ao dar
leite artificial perde-se um estímulo poderoso no peito, o organismo assim
entende que não precisa daquela mamada, e passa a produzir menos e não mais
como é necessário!
Períodos comuns dos picos de crescimento ocorrem por volta dos 7-10
dias, 2-3 semanas, 4-6 semanas, 3 meses, 4 meses, 6 meses e 9 meses e além.
Os picos continuando acontecendo no decorrer do crescimento da criança,
incluindo a adolescência, momento em que mudanças físicas e emocionais são mais
notáveis.
Dra. Jeny Thomas, médica e consultora de amamentação, afiliada a
Associação Americana de Pediatria e a Academia de Medicina da Amamentação
reflete sobre acreditar na capacidade de amamentar o bebê:
"A maioria das mulheres não acredita que seu corpo que gerou
esse lindo bebê seja capaz de amamentar o mesmo bebê. As pesquisas mostram que
uso de complemento e desmame precoces estão aumentando. Por que não acreditamos
no nosso corpo no pós-parto? Não sei. Mas ouço todos os dias que a mãe está
complementando porque "meu leite não o satisfaz, não é suficiente."
Claro que é. Bebês precisam mamar o tempo todo- e precisam estar contigo o
tempo todo. Essa é sua satisfação máxima.
Um bebê mamando no peito de sua mãe está obtendo componentes para
desenvolvimento de seu sistema imune, ativando seu timo, se aquecendo, se
sentindo quentinho e confortável, seguro de predadores, tendo padrões de sono
normais e ativando seu cérebro (ah, e inclusive) adquirindo alimento para esses
processos. Eles não estão somente "famintos" – eles estão obedecendo
seus instintos de sobrevivência." (4)
A partir de 6 a 8 meses, em média, o bebê começar a perceber que é um
indivíduo separado da mãe. Essa descoberta lhe traz angústia e pânico, então
ele tende a solicitar muita atenção da mãe e pode chorar mais que o usual. Essa
fase se completa num longo processo que continua a se manifestar de uma forma
ou outra até os dois a três anos, ou até os cinco anos, de acordo com outros
especialistas.
É preciso levar a sério a intensidade dos seus sentimentos. O bebê não
está “chatinho”, “grudento” nem “manhoso”. Como a mãe é o seu mundo e
representa sua segurança, e como a noção de permanência (ou seja, tudo que está
longe do campo de visão) não está completamente estabelecida, essa angústia é
muito acentuada. A maioria das conexões nervosas no cérebro são feitas na
infância e a maneira com que lidamos com as emoções do bebê tem um efeito
profundo em como essas conexões se refletirão na capacidade do bebê lidar com
suas próprias emoções quando for adulto. Em outras palavras, experiências na
primeira infância e interação com o ambiente são as partes mais críticas no
desenvolvimento do cérebro da criança. (5)
O sistema de angústia da separação, localizado no cérebro inferior, está
geneticamente programado para ser hipersensível. Nos primeiros estágios da
evolução humana era muito perigoso que o bebê estivesse longe da sua mãe. Se
não chorasse para alertar seus pais do seu paradeiro, não conseguiria
sobreviver.
Então, quando o bebê sofre pela ausência dos seus pais, no seu cérebro
ativam-se as mesmas zonas que quando sofre uma dor física. Ou seja, a linguagem
da perda é idêntica à linguagem da dor. Não tem sentido aliviar as dores
físicas, como um corte no joelho, e não consolar as dores emocionais, como a
angústia da separação. Mas, infelizmente, é isso o que fazem muitos pais, por
não conseguirem aceitar que a dor emocional de seu filho é tão real como a
física. Essa é uma verdade neurobiológica que todos deveríamos respeitar.
O desenvolvimento dos lóbulos frontais inibe naturalmente esse sistema
de angústia de separação.
É importante entender que o período "crítico" de
desenvolvimento emocional e social ocorre nos primeiros 18 meses da criança. A
parte do cérebro que regula as emoções, a amídala, é formada cedo de acordo com
as experiências que o cérebro recebe. O desenvolvimento de um vínculo
emocional, empatia e confiança, e todos os aspectos da inteligência emocional
fornecem o fundamento para desenvolvimento de outros aspectos emocionais
conforme a criança cresce. Então, nutrir emocionalmente e responsivamente o bebê
é importante para que a criança aprenda empatia, felicidade, otimismo e
resiliência na vida.
O desenvolvimento social, que envolve auto-consciência e capacidade da
criança de interagir com outros, também ocorre em etapas. Por exemplo,
compartilhar brinquedos é algo que um cérebro de uma criança de 2 anos não está
completamente desenvolvido para fazer bem! Então não se zangue com seu filho
menor de 2 anos que não quer dividir os brinquedos. Esta capacidade social é
mais comum e positiva em crianças maiores de 3 anos.(6)
Então, se se a mãe tiver que se afastar do filho pequeno para trabalhar
ou por outro motivo, muito carinho, conversa, paciência e coerência nas
atitudes são necessários para que ele continue tendo confiança nela e supere
esse período de crise. É também muito importante certificar-se que o bebê criou
um vínculo afetivo com o outro cuidador. (7)
Alguns estudos detectaram alterações a longo prazo do eixo
Hipotálamo-Hipófise- Adrenal do cérebro infantil devido a separações curtas,
quando a criança fica aos cuidados de uma pessoa desconhecida. Esse sistema de
resposta ao estresse é fundamental para nossa capacidade de enfrentar bem o
estresse na vida adulta é muito vulnerável aos efeitos adversos do estresse
prematuro. (8)
Algumas pessoas justificam sua decisão de deixar o bebê desconsolado
como uma forma de “inoculação de estresse”, o que significa apresentar ao bebê
situações moderadamente estressantes para que aprenda a lidar com a tensão.
Aqueles que afirmam que os bebês que choram por um prolongado período de tempo
só sofre um estresse moderado estão enganando a si mesmos, pois livrar-se do
bebê ou não consolá-lo (durante o dia ou a noite, quando choram ou pedem mais
mamadas ou colo do que o usual) pode resultar em efeitos adversos permanentes no
cérebro da criança. Ela pode sentir pânico, o que significa um aumento
importante e perigoso das substâncias estressantes no seu cérebro, podendo
resultar em uma hipersensibilização do seu sistema de medo, o que lhe afetará
na sua vida adulta, causando fobias, obsessões ou comportamentos de isolamento
temeroso. (9).
Além disso, nessa fase, procure passar todo tempo possível com seu bebê,
principalmente se trabalha fora. Separe os momentos logo após o reencontro do
dia de trabalho para ter dedicação exclusiva a ele. Sente confortavelmente,
faça contato olho no olho, amamente, interaja com seu bebê. Você pode estar
cansada e estressada depois da longa jornada de trabalho, mas se conseguir um
pouco de energia para receber seu bebê com alegria, você também se sentirá
melhor após alguns minutos de uma reconexão significativa. Somente depois pense
no jantar, no banho e outros afazeres. Considere promover proximidade na hora
de dormir se suspeita que o bebê tem acordado mais a noite por estar passando
por um pico de ansiedade de separação.
Outras mudanças
Alguns acontecimentos, como o nascimento de um irmãozinho/a, introdução
de alimentos novos (veja dicas de alimentação que promove o sono no artigo
-link:http://guiadobebe.uol.com.br/bb1ano/comer_bem_para_dormir_bem.htm), o retorno da mãe
ao trabalho e entrada em creche (veja o artigo prévio sobre esse tema - link:http://guiadobebe.uol.com.br/bb1ano/retorno_ao_trabalho_e_o_sono_do_bebe_como_fica.htm), viagens, doenças,
separação dos pais, atritos com coleguinhas, ausência de um ente querido e
outros podem interferir no sono da criança. Tenha muita paciência e ofereça-lhe
sempre segurança, assim, gradualmente, a rotina pode ser restabelecida.
Resumindo
Saltos de desenvolvimento e picos de crescimento são eventos diferentes
e sua cronologia não se sobrepõe perfeitamente, embora possam ocorrer
concomitantemente.
Picos de crescimento tem a ver com alimentação (o bebê quer comer mais,
inclusive a noite!) e os saltos tem a ver com desenvolvimento (o bebê pode
querer comer e dormir menos).
A angústia de separação é uma fase muito crítica, talvez a mais crítica
no desenvolvimento do ser humano. A partir do momento que bebês tomam ciência
do mundo ao seu redor eles começam a formar relações importantes com as pessoas
em suas vidas, aprendem rapidamente que certas pessoas são vitais para sua
felicidade e sobrevivência, e sofrem angústias quando essas pessoas aparecerem
e desaparecerem. Isso tem influência direto no seu sono, principalmente se a
mãe retorna ao trabalho ou promove um desmame (ou outro tipo de separação)
quando o bebê está passando pela ansiedade de separação.
Todos os fenômenos são importantes e podem alterar o sono do bebê. Mas é
confortante saber que carinho, apoio, amor, colo, empatia e amamentação em
livre demanda, independente da fase que se encontra, é o que o bebê precisa.
Edição por Andreia Mortensen e Anna Arena - GVA
Referências:
1- Hetty van de rijt, Frans Plooij. The Wonder
Weeks. How to stimulate your baby's mental development and help him turn his 8
predictable, great, fussy phases into magical leaps forward. Kiddy World
Promotions B.V. 2010.
3- Piaget, J. & Inhelder, B. The Psychology of
the Child. New York: Basic Books. 1962.
5- Gopnik, A., Meltzoff, A.N., and Kuhl, P.K. The
Scientist in the Crib: Minds, Brains, and How Children Learn. New York: William
Morrow & Co. Inc. 1999
6- Shore, R. Rethinking the Brain: New Insights
into Early Development. New York: Families and Work Institute. 1997
7- Margot Sunderland. The Science of Parenting. DK
Publishing Inc. 2006.
8- Brummelte S, Grunau RE, Zaidman-Zait A, Weinberg
J, Nordstokke D, Cepeda IL. Cortisol levels in relation to maternal interaction
and child internalizing behavior in preterm and full-term children at 18 months
corrected age. Dev Psychobiol. 2010 Oct 28.
9- Pantley. E. No-Cry Separation Anxiety Solution:
Gentle Ways to Make Good-Bye Easy from Six Months to Six Years. McGraw-Hill, 2010.