quinta-feira, 25 de julho de 2013





SEMANA MUNDIAL DE ALEITAMENTO MATERNO 2013
Entre os dias 1o e 7 de agosto,várias ações mundiais se voltam para a Semana Mundial de Aleitamento Materno (S.M.A.M.).
O grande objetivo dessa semana, é promover,apoiar  e proteger a amamentação, e, para isso, governo, saúde, grupos populares,como os grupos de mães, se mobilizam nesse objetivo maior!  
O tema da Semana Mundial de Aleitamento Materno deste ano, fala sobre o apoio que as mães tanto necessitam na amamentação. Mesmo as mães que são apoiadas, incentivadas e têm um bom começo na amamentação, podem ter dificuldades de continuar com a amamentação exclusiva, por vários fatores!
Ser apoiada pela família, ter ao seu lado um pediatra que entenda, oriente corretamente e apóie a amamentação, buscar ajuda com profissionais que trabalhem com aleitamento materno, ir em Banco de Leite Humano,podem ser a solução para superar as dificuldades iniciais,mas estar no meio de mães que amamentam, que passaram por dificuldades(sejam elas quais forem),que estão vivenciando a experiência de amamentar ou já experienciaram, é o caminho ideal para que a gente perceba,que, realmente não estamos sozinhas nas dificuldades e que com o apoio uma das outras conseguiremos seguir adiante,porque, somente quem passa pela experiência,acredito eu, tem a noção EXATA das dificuldades
Empatia, esse é o nome. 
Empatia de mãe para mãe!
Uma mãe sabe  entender os sentimentos, angústias , medos, inseguranças,dúvidas de outras mães..mesmo que ela tenha tido uma amamentação com pouca ou nenhuma dificuldade.
Saber que uma mae superou uma dificuldade que esta sendo vivida, é um impacto positivo de que " se ela conseguiu, eu também consigo"!
Os grupos de mães são super eficazes para ajudar  ou manter a amamentação de forma exclusiva e continuada até os 2 anos ou mais.
O que vejo na  minha experiência de mãe e de profissional de sáude,  é que o apoio á mãe que amamenta não é nem compreendido e nem valorizado como deveria!
Aqui no Blog,indico o Grupo de Mães Amigas do Peito ( http://www.amigasdopeito.org.br/e outros.
Visitem o site,indiquem para gestantes e mães que estão amamentando para  irem ás reuniões  e fortaleça essa corrente de apoio , promoção e  proteção a amamentação! 

foto: WABA

domingo, 16 de junho de 2013

Leite materno é benéfico para o cérebro dos bebês





Imagem: A quantidade de mielina aumenta com a amamentação e os cientistas garantem que as mudanças no desenvolvimento do cérebro acontecem quase de imediato. © Baby Imaging Lab/Brown University  
Imagem : Ressonâncias magnéticas efetuadas durante o sono mostraram que os bebés alimentados com leite materno apresentavam um maior desenvolvimento em zonas fundamentais do cérebro em comparação com os restantes. © Baby Imaging Lab/Brown University
                       
  Um novo estudo norte-americano revela que o leite materno é capaz de incrementar em até 30% o desenvolvimento cerebral dos bebês em apenas três meses. Os benefícios aparecem, sobretudo, associados às áreas responsáveis pela linguagem, função emocional e cognição, dizem os cientistas.
 
Os investigadores da Brown University, nos EUA, utilizaram equipamentos de ressonância magnética adequados para bebês (silenciosos e que funcionam durante o sono) para analisar o crescimento do cérebro de uma amostra de crianças com menos de quatro anos de idade.
 
A análise mostrou que, aos dois anos, os bebés que tinham sido alimentados exclusivamente através da amamentação durante, pelo menos, três meses, apresentavam um maior desenvolvimento em áreas fundamentais do cérebro em comparação com as crianças alimentadas com fórmula de leite ou com uma combinação de fórmula e leite materno.
 
Embora não se trate do primeiro estudo a sugerir a importância da amamentação para o desenvolvimento cerebral, os trabalhos anteriores têm associado estes benefícios a uma fase posterior da vida, nomeadamente à adolescência e à idade adulta. Neste caso, os especialistas, coordenados por Sean Deoni, estudaram os cérebros de crianças "muito jovens e saudáveis".
 
"Queríamos compreender o quão cedo estas alterações no desenvolvimento do cérebro se manifestam e provarmos que elas acontecem imediatamente [após o início da amamentação]", explica, em comunicado, o líder do estudo publicado na revista científica NeuroImage.
 
Através do Advanced Baby Imaging Lab daquela universidade, Deoni e os colegas recorreram a uma técnica que analisa as microestruturas da substância branca do cérebro, que contém fibras nervosas e ajuda as diferentes áreas cerebrais a comunicar entre si, estudando, em particular, a quantidade de mielina, a matéria gorda que "acelera" o envio de sinais elétricos entre os neurônios.
 
Os 133 bebês envolvidos no estudo tinham idades entre os 10 meses e  quatro anos e todos nasceram após gestações normais e integrados em famílias com estatutos socioeconômicos semelhantes.
 
As crianças foram divididas em três grupos - os que apenas tinham consumido leite materno nos últimos três meses, os que foram alimentados com uma combinação e os que apenas beberam fórmula - e os investigadores compararam as crianças mais jovens com as mais velhas para estabelecer a trajetória de crescimento da substância branca em cada grupo.
Período de amamentação mais longo é mais eficaz

Os resultados mostraram que uma alimentação exclusiva com leite materno foi a que provocou maior crescimento desta matéria cerebral, sendo que o aumento do volume da substância branca começou a ser particularmente relevante a partir dos dois anos de idade.
 
O grupo alimentado com uma combinação de leite materno e fórmula apresentou maior desenvolvimento do que o alimentado apenas com fórmula, mas ambos demonstraram uma evolução mais lenta em comparação com os bebés do primeiro grupo.
 
"Descobrimos que a diferença [no crescimento da substância branca] é na ordem dos 20% a 30% quando comparamos os bebés que foram amamentados e aqueles que não consumiram leite materno", afirma Deoni, considerando que é "impressionante que se observem diferenças tão grandes numa fase tão precoce da vida".
 
Para sustentar estas conclusões, a equipe realizou ainda com os bebês mais velhos um conjunto de testes cognitivos, que, entre o grupo alimentado com leite materno, produziram melhores pontuações ao nível da linguagem, da recepção visual e do controlo motor.
 
A duração do período de amamentação parece ter, também, importância no desenvolvimento cerebral: os bebês que foram alimentados com leite materno ao longo de mais de um ano revelaram um cérebro mais evoluído do que os amamentados por um período inferior, em particular nas áreas associadas à função motora.
 

Segundo Deoni, esta descoberta vem juntar-se a um já amplo corpo de investigação que comprova os benefícios da amamentação para a saúde do cérebro dos bebés. "Creio que, considerando todas as outras evidências, a alimentação com leite materno é absolutamente benéfica", conclui.

FONTE: www.aleitamento.com

terça-feira, 4 de junho de 2013

Fases de crescimento e desenvolvimento que modificam o sono do bebê e da criança

Já postei aqui no Blog sobre as fases de crescimento e desenvolvimento do bebê.  Recentemente li  o que Andréia Mortensen escreveu e gostei bastante!
Vale a pena ler com calma, identificando as fases do seu bebê ou criança e descobrindo uma forma particular ou até mesmo, ouvindo outras mães, para buscarem as melhores saídas!


Fases de crescimento e desenvolvimento que modificam o sono do bebê e da criança

O desenvolvimento e o crescimento do bebê no primeiro ano e além, podem provocar alterações no sono de seu flho.  Veja como saltos de desenvolvimento, picos de crescimento e angústia de separação, podem interferir no sono:

O primeiro ano da criança é uma fase de mudanças extraordinárias para toda a família. Esse período é excitante e desafiador, quando bebês aprendem a comunicar suas necessidades e pais aprendem como atendê-las.
Você pode pensar que o desenvolvimento do seu bebê (como aprender a rolar, engatinhar e andar) e seu crescimento não tem nada a ver com o sono, mas a verdade é que caminham juntos! Abaixo uma descrição dos fenômenos chamados saltos de desenvolvimento, picos de crescimento e angústia de separação.

Saltos de desenvolvimento

Saltos de desenvolvimento são aquisições de habilidades funcionais específicas que ocorrem em determinados períodos. O ritmo de desenvolvimento não é constante: há alguns períodos de desenvolvimento acelerado e outros onde há uma desaceleração.

Toda vez que seu bebê desenvolve uma nova habilidade, ele fica tão excitado e obcecado com a conquista que a quer praticar o tempo todo, inclusive durante o sono. Em outras palavras, um dos ‘efeitos colaterais’ desse trabalho todo que o cérebro dos bebês está fazendo é que eles não dormem tão bem quanto o fazem em períodos que não estão trabalhando em dominar uma nova habilidade. Eles podem até resistir às rotinas já estabelecidas.

No período que imediatamente antecede o chamado salto de desenvolvimento, o bebê repentinamente pode se sentir perdido no mundo, pois seus sistemas perceptivo e cognitivo mudaram, houve uma maturidade neurológica, mas não tempo hábil para adaptação às mudanças. Então o mundo lhe parece estranho, e o resultado da ansiedade gerada é geralmente desejar voltar para sua base, ao que já lhe é conhecido, ou seja, a mamãe! Em vista disso, é comum ficarem mais carentes, precisando de mais colo, e com frequência há também alterações em seu apetite e sono.

Então, nessas fases, é preciso apenas ter um pouco de paciência e empatia com o bebê - depois do processo de aquisição da nova habilidade (como rir, engatinhar, sentar, interagir, andar) o bebê dá um salto no desenvolvimento e demonstra felicidade com o final da ‘crise’. Ou seja, por um lado, o bebê fica feliz com a nova habilidade e independência que vem junto, e já é capaz de se afastar um pouco da mamãe. Por outro lado, sente angústias e receios com essa nova situação. Isso lhe traz sentimentos dúbios: é como uma ‘dança louca’ entre separação e apego, onde o bebê irá flutuar entre os dois por um período.

A duração de cada salto é variável, mas geralmente depois de algumas semanas a fase difícil passa e tudo volta à normalidade. Bebês e crianças precisam de cuidados amorosos, empatia e novas experiências, e não de brinquedos caros. Fale com seu bebê, cante, brinque com ele, leia para ele. São atividades chave para o desenvolvimento do cérebro. Os saltos no desenvolvimento não cessam na infância, mas continuam até a adolescência. 

Essas aquisições ocorrem em vários aspectos: desenvolvimento motor(aprender a usar grupos de músculos para sentar, andar, correr, ter equilíbrio corporal, mudar de posições e outros), desenvolvimento do controle motor fino(usar as mãos para comer, desenhar, se vestir, tocar um instrumento, escrever, e tantas outras coisas), linguagem (desenvolvimento da fala, uso de linguagem corporal e gestos, comunicação e entendimento do que outros dizem),desenvolvimento cognitivo [nos dois primeiros anos de acordo com Piaget, ocorre o desenvolvimento sensório-motor, que inclui habilidades de pensamento como aprendizado, entendimentos, resolução de problemas, raciocínio e memória (3)] e desenvolvimento social (interagir e se relacionar com familiares, amigos e professores, mostrar cooperação e empatia).




Certa variação entre crianças é esperada, mas uma cronologia observada experimentalmente dos períodos de saltos de desenvolvimento é a seguinte:

5 semanas (1 mês): a visão do bebê melhora, ele consegue ver padrões em branco e preto, passa a se interessar mais pelo ambiente que o rodeia e consegue seguir objetos brevemente com os olhos. Passa ficar acordado por períodos um pouco maiores (cerca de 1 hora ou pouco mais entre as sonecas). É também nessa época que bebê começa a chorar com lágrimas e sorrir pela primeira vez ou com mais frequência do que antes.

8 semanas (quase 2 meses): diferenças nos sons, cheiros e sabores ficam mais perceptíveis. Ele percebe que as mãos e os pés pertencem ao corpo e começa a tentar controlar estes membros. O bebê começa também a experimentar com sua voz. É também nessa fase que o bebê começa a mostrar um pouco de sua personalidade: é agora que os pais começam a reparar quais coisas, cores e sons o bebê gosta mais. Depois desse salto o bebê vai poder virar a cabeça na direção de algo interessante e emitir sons conscientemente. Todas essas novas experiências trazem insegurança ao bebê que provavelmente procura mais o conforto do peito da mãe. Isso pode deixar a mãe preocupada se produz leite materno suficiente, o que não procede, já que a produção se ajusta à demanda (ver abaixo também sobre picos de crescimento).

12 semanas (quase 3 meses): o bebê descobre mais nuances da vida: nessa idade o bebê já pode enxergar todo um cômodo da casa, vira-se quando ouve sons altos, e consegue juntar suas mãos. Vai observar e mexer no rosto e cabelo dos pais e vai perceber que pode gritar. Depois do salto o bebê praticamente não vai mais precisar de apoio para manter a cabeça erguida. Como nos outros saltos, os pais são o porto seguro do mundo do bebê e ele se apoia nisso. Ele pode começar a reagir de maneira diferente fora de casa ou no colo de um estranho. Ao mesmo tempo que o bebê tem uma grande curiosidade em reparar no mundo que o rodeia, ele também é muito sensível às novidades e por isso se sente mais confortável e seguro nos braços dos pais.

19 semanas (4 meses e meio): por volta da 14ª. até a 17ª. semanas o bebê pode parecer mais ‘impaciente’. Esse é um dos saltos mais longos: dura cerca de 4 semanas, podendo porém se estender por até 6 semanas. O bebê chora mais, apresenta mudanças extremas de temperamento e quer mais atenção e colo. Consegue alcançar e pegar um brinquedo, sacudi-lo e colocá-lo na boca, passá-lo de uma mão para outra. Pode ganhar o primeiro dente. Os sons que o bebê emite se tornam mais nítidos e complexos, consegue fazer alguns sons como ‘baba’, ‘dada’. Tudo cheira, soa e tem gosto diferente agora. Dorme menos. Estranha as pessoas e busca maior contato corporal quando está sendo amamentado. Depois desse salto o bebê vai poder virar de costas e de barriga para baixo, e vice-versa, se arrastar pra frente ou pra trás, olhar atentamente para imagens num livro; reagir ao ver seu reflexo no espelho e reconhecer seu próprio nome.

Esse é um dos saltos de desenvolvimento mais significativos e em que um maior número de mães costuma relatar alterações no sono. Provavelmente porque o padrão de sono parecia entrar num ritmo desde que o bebê nasceu, e essa alteração é vista como uma ‘regressão’, na qual o bebê tende a acordar bastante por algumas semanas enquanto está trabalhando no salto. E uma vez que esse salto está completo há somente 1 ou 2 semanas antes de começar a trabalhar no próximo (das 26 semanas), é um longo período de sono ruim e bebê irritado nesse estágio da vida.

26 semanas (6 meses): Já na 23ª semana o bebê parece se tornar mais ‘difícil’. Ele busca maior contato corporal durante as brincadeiras. O bebê já consegue coordenar os movimentos dos braços e pernas com o resto do corpo. Senta sem apoio e põe objetos na boca. Nessa idade ele começa a entender que as coisas podem ficar dentro, fora, em cima, embaixo, atrás, na frente, e usa isso em suas brincadeiras. Ele passa a entender que quando a mamãe anda, ela vai se afastar e isso o assusta, então reclama quando a mãe sai de perto. Depois desse salto o bebê vai ficar interessado em explorar a casa, armários, gavetas, achar etiquetas, levantar tapetes para olhar o que tem embaixo. Ele se vira para prestar atenção nas vozes, consegue imitar alguns sons, rola bem em ambas direções e começa a se apoiar em algo para ficar de pé. Adquire maturidade para receber alimentos sólidos. Essa fase pode durar cerca de 4-5 semanas.

30 semanas (7 meses): o bebê tenta se jogar adiante para alcançar objetos, bate um objeto em outro. Pode começar a engatinhar, a falar algumas sílabas e entende melhor o conceito de permanência das coisas. Pode fazer sinal de tchau. Sente ansiedade com estranhos.

37 semanas (8 meses e meio): o bebê fica ‘temperamental’, tem mudanças frequentes em seu humor, de alegre para agressivo e vice-versa, ou de exageradamente amoroso para ataques de raiva em questão de momentos. Chora com mais frequência. Quer ter mais atividades e protesta se não as tem! Não quer que troquem sua fralda, chupa seus dedos. Protesta quando o contato corporal é interrompido. Dorme menos, tem menos apetite, movimenta-se menos e “fala” menos. Às vezes senta-se quieto e sonha acordado. O bebê agora começa a explorar as coisas de uma forma mais metódica. Passa a entender que as coisas podem ser classificadas, por exemplo, sabe o que é comida e o que é animal, seja ao vivo ou em um livro. Fala "mamá" e"papá" sem distinção de quem é a mãe ou o pai. Engatinha, aponta objetos, procura objetos escondidos, usa o polegar e dedo indicador para segurar objetos.

46 semanas (quase 11 meses): o bebê percebe que existe uma ordem nas coisas e atitudes, por exemplo, que se colocam sapatos nos pés e brinquedos nos armários. Ganha então uma consciência de suas próprias atitudes. Ao invés de separar objetos, passa a juntá-los. Depois desse salto o bebê vai poder apontar para algo ou pessoa a pedido seu, vai querer ‘falar’ no telefone e enfiar chaves nos buracos de chave, procurar algo que você escondeu, tentar tirar a própria roupa. Fala "mamá" e "papá" para a mãe ou pai corretamente. Levanta-se por alguns segundos, movimenta-se mais, entende o "não" e instruções simples.

55 semanas (quase 13 meses): geralmente a fase em que o bebê começa a andar - um salto no desenvolvimento bem significativo. Fala mais palavras do que "mama" e "papa". Rabisca com giz.

64 semanas (quase 15 meses): o bebê combina palavras e gestos para expressar o que precisa, come com as mãos, esvazia recipientes, coloca tampas nos recipientes apropriados, imita as pessoas, explora tudo que estiver à sua frente, inicia jogos, aponta partes do corpo quando perguntado, responde a algumas instruções (por exemplo, “me dá um beijo”), usa colher e garfo, empurra e puxa brinquedos enquanto anda, joga bola, anda de marcha a ré.

75 semanas (17 meses): o bebê usa cerca de 6 palavras regularmente, gosta de jogos de imitação, gosta de esconder brinquedos, alimenta uma boneca, joga bola, dança, separa brinquedos por cor, formato e tamanho. Olha livros sozinho e rabisca bem.


Picos de crescimento
Picos de crescimento são fenômenos que se referem ao crescimento do bebê em si, e não ao seu desenvolvimento. Nos períodos de picos, os bebês começam a solicitar mais mamadas do que o usual, pois precisam de mais alimento para crescer nesse ritmo agora mais acelerado. Então o bebê que dormia longos períodos à noite pode começar a acordar mais e solicitar mais mamadas. Esta necessidade geralmente dura de poucos dias a uma semana, seguido de um retorno ao padrão menor de mamadas, mas agora com o organismo da mãe adaptado a produzir mais leite.

É muito importante respeitar a demanda aumentada de mamadas, pois somente com a livre demanda é que a produção de leite materno se ajusta perfeitamente às necessidades do bebê.

Nesses períodos a mãe pode interpretar incorretamente a maior demanda de mamadas do bebê - ela pode achar que seu leite não está sendo suficiente, ou que está ‘fraco’ e pensar que a solução para a situação é oferecer complemento de leite artificial. Porém, é um erro oferecer mamadeiras com leite artificial nesses períodos, pois isso prejudica o equilíbrio perfeito da natureza de produzir o leite conforme a demanda de mamadas. Em outras palavras, ao dar leite artificial perde-se um estímulo poderoso no peito, o organismo assim entende que não precisa daquela mamada, e passa a produzir menos e não mais como é necessário!

Períodos comuns dos picos de crescimento ocorrem por volta dos 7-10 dias, 2-3 semanas, 4-6 semanas, 3 meses, 4 meses, 6 meses e 9 meses e além. Os picos continuando acontecendo no decorrer do crescimento da criança, incluindo a adolescência, momento em que mudanças físicas e emocionais são mais notáveis.

Dra. Jeny Thomas, médica e consultora de amamentação, afiliada a Associação Americana de Pediatria e a Academia de Medicina da Amamentação reflete sobre acreditar na capacidade de amamentar o bebê:

"A maioria das mulheres não acredita que seu corpo que gerou esse lindo bebê seja capaz de amamentar o mesmo bebê. As pesquisas mostram que uso de complemento e desmame precoces estão aumentando. Por que não acreditamos no nosso corpo no pós-parto? Não sei. Mas ouço todos os dias que a mãe está complementando porque "meu leite não o satisfaz, não é suficiente." Claro que é. Bebês precisam mamar o tempo todo- e precisam estar contigo o tempo todo. Essa é sua satisfação máxima.

Um bebê mamando no peito de sua mãe está obtendo componentes para desenvolvimento de seu sistema imune, ativando seu timo, se aquecendo, se sentindo quentinho e confortável, seguro de predadores, tendo padrões de sono normais e ativando seu cérebro (ah, e inclusive) adquirindo alimento para esses processos. Eles não estão somente "famintos" – eles estão obedecendo seus instintos de sobrevivência." (4)

Ansiedade de separação

A partir de 6 a 8 meses, em média, o bebê começar a perceber que é um indivíduo separado da mãe. Essa descoberta lhe traz angústia e pânico, então ele tende a solicitar muita atenção da mãe e pode chorar mais que o usual. Essa fase se completa num longo processo que continua a se manifestar de uma forma ou outra até os dois a três anos, ou até os cinco anos, de acordo com outros especialistas.

É preciso levar a sério a intensidade dos seus sentimentos. O bebê não está “chatinho”, “grudento” nem “manhoso”. Como a mãe é o seu mundo e representa sua segurança, e como a noção de permanência (ou seja, tudo que está longe do campo de visão) não está completamente estabelecida, essa angústia é muito acentuada. A maioria das conexões nervosas no cérebro são feitas na infância e a maneira com que lidamos com as emoções do bebê tem um efeito profundo em como essas conexões se refletirão na capacidade do bebê lidar com suas próprias emoções quando for adulto. Em outras palavras, experiências na primeira infância e interação com o ambiente são as partes mais críticas no desenvolvimento do cérebro da criança. (5)

O sistema de angústia da separação, localizado no cérebro inferior, está geneticamente programado para ser hipersensível. Nos primeiros estágios da evolução humana era muito perigoso que o bebê estivesse longe da sua mãe. Se não chorasse para alertar seus pais do seu paradeiro, não conseguiria sobreviver.

Então, quando o bebê sofre pela ausência dos seus pais, no seu cérebro ativam-se as mesmas zonas que quando sofre uma dor física. Ou seja, a linguagem da perda é idêntica à linguagem da dor. Não tem sentido aliviar as dores físicas, como um corte no joelho, e não consolar as dores emocionais, como a angústia da separação. Mas, infelizmente, é isso o que fazem muitos pais, por não conseguirem aceitar que a dor emocional de seu filho é tão real como a física. Essa é uma verdade neurobiológica que todos deveríamos respeitar.

O desenvolvimento dos lóbulos frontais inibe naturalmente esse sistema de angústia de separação.

É importante entender que o período "crítico" de desenvolvimento emocional e social ocorre nos primeiros 18 meses da criança. A parte do cérebro que regula as emoções, a amídala, é formada cedo de acordo com as experiências que o cérebro recebe. O desenvolvimento de um vínculo emocional, empatia e confiança, e todos os aspectos da inteligência emocional fornecem o fundamento para desenvolvimento de outros aspectos emocionais conforme a criança cresce. Então, nutrir emocionalmente e responsivamente o bebê é importante para que a criança aprenda empatia, felicidade, otimismo e resiliência na vida.

O desenvolvimento social, que envolve auto-consciência e capacidade da criança de interagir com outros, também ocorre em etapas. Por exemplo, compartilhar brinquedos é algo que um cérebro de uma criança de 2 anos não está completamente desenvolvido para fazer bem! Então não se zangue com seu filho menor de 2 anos que não quer dividir os brinquedos. Esta capacidade social é mais comum e positiva em crianças maiores de 3 anos.(6)

Então, se se a mãe tiver que se afastar do filho pequeno para trabalhar ou por outro motivo, muito carinho, conversa, paciência e coerência nas atitudes são necessários para que ele continue tendo confiança nela e supere esse período de crise. É também muito importante certificar-se que o bebê criou um vínculo afetivo com o outro cuidador. (7)

Alguns estudos detectaram alterações a longo prazo do eixo Hipotálamo-Hipófise- Adrenal do cérebro infantil devido a separações curtas, quando a criança fica aos cuidados de uma pessoa desconhecida. Esse sistema de resposta ao estresse é fundamental para nossa capacidade de enfrentar bem o estresse na vida adulta é muito vulnerável aos efeitos adversos do estresse prematuro. (8)

Algumas pessoas justificam sua decisão de deixar o bebê desconsolado como uma forma de “inoculação de estresse”, o que significa apresentar ao bebê situações moderadamente estressantes para que aprenda a lidar com a tensão. Aqueles que afirmam que os bebês que choram por um prolongado período de tempo só sofre um estresse moderado estão enganando a si mesmos, pois livrar-se do bebê ou não consolá-lo (durante o dia ou a noite, quando choram ou pedem mais mamadas ou colo do que o usual) pode resultar em efeitos adversos permanentes no cérebro da criança. Ela pode sentir pânico, o que significa um aumento importante e perigoso das substâncias estressantes no seu cérebro, podendo resultar em uma hipersensibilização do seu sistema de medo, o que lhe afetará na sua vida adulta, causando fobias, obsessões ou comportamentos de isolamento temeroso. (9).

Algumas idéias práticas para reduzir a Angústia de Separação no seu bebê estão no artigo prévio sobre retorno ao trabalho e sono do bebê (link:http://guiadobebe.uol.com.br/bb1ano/retorno_ao_trabalho_e_o_sono_do_bebe_como_fica.htm), como praticar separações rápidas e diárias, evitar a transferência de colo para colo e entender a ansiedade de separação como um sinal positivo.

Além disso, nessa fase, procure passar todo tempo possível com seu bebê, principalmente se trabalha fora. Separe os momentos logo após o reencontro do dia de trabalho para ter dedicação exclusiva a ele. Sente confortavelmente, faça contato olho no olho, amamente, interaja com seu bebê. Você pode estar cansada e estressada depois da longa jornada de trabalho, mas se conseguir um pouco de energia para receber seu bebê com alegria, você também se sentirá melhor após alguns minutos de uma reconexão significativa. Somente depois pense no jantar, no banho e outros afazeres. Considere promover proximidade na hora de dormir se suspeita que o bebê tem acordado mais a noite por estar passando por um pico de ansiedade de separação.

Outras mudanças

Alguns acontecimentos, como o nascimento de um irmãozinho/a, introdução de alimentos novos (veja dicas de alimentação que promove o sono no artigo -link:http://guiadobebe.uol.com.br/bb1ano/comer_bem_para_dormir_bem.htm), o retorno da mãe ao trabalho e entrada em creche (veja o artigo prévio sobre esse tema - link:http://guiadobebe.uol.com.br/bb1ano/retorno_ao_trabalho_e_o_sono_do_bebe_como_fica.htm), viagens, doenças, separação dos pais, atritos com coleguinhas, ausência de um ente querido e outros podem interferir no sono da criança. Tenha muita paciência e ofereça-lhe sempre segurança, assim, gradualmente, a rotina pode ser restabelecida.

Resumindo

Saltos de desenvolvimento e picos de crescimento são eventos diferentes e sua cronologia não se sobrepõe perfeitamente, embora possam ocorrer concomitantemente.

Picos de crescimento tem a ver com alimentação (o bebê quer comer mais, inclusive a noite!) e os saltos tem a ver com desenvolvimento (o bebê pode querer comer e dormir menos).

A angústia de separação é uma fase muito crítica, talvez a mais crítica no desenvolvimento do ser humano. A partir do momento que bebês tomam ciência do mundo ao seu redor eles começam a formar relações importantes com as pessoas em suas vidas, aprendem rapidamente que certas pessoas são vitais para sua felicidade e sobrevivência, e sofrem angústias quando essas pessoas aparecerem e desaparecerem. Isso tem influência direto no seu sono, principalmente se a mãe retorna ao trabalho ou promove um desmame (ou outro tipo de separação) quando o bebê está passando pela ansiedade de separação.

Todos os fenômenos são importantes e podem alterar o sono do bebê. Mas é confortante saber que carinho, apoio, amor, colo, empatia e amamentação em livre demanda, independente da fase que se encontra, é o que o bebê precisa.


Edição por Andreia Mortensen e Anna Arena - GVA

Referências:
1- Hetty van de rijt, Frans Plooij.
The Wonder Weeks. How to stimulate your baby's mental development and help him turn his 8 predictable, great, fussy phases into magical leaps forward. Kiddy World Promotions B.V. 2010.

2- Lopes, R.M. F., Nascimento, R.F.L.; Souza, S. G.; Mallet, L. G.; Argimon, I.I.L. Desenvolvimento Cognitivo e motor de crianças de zero a quinze meses: um estudo de revisão. 2010.
http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/A0529.pdf

3- Piaget, J. & Inhelder, B. The Psychology of the Child. New York: Basic Books. 1962.

4- Thomas J., The Normal Newborn and Why Breastmilk is Not Just Food. Retirado do website da pediatra e consultora de amamentação. 2010.
http://www.drjen4kids.com/soap%20box/normal_%20newborn.htm

5- Gopnik, A., Meltzoff, A.N., and Kuhl, P.K. The Scientist in the Crib: Minds, Brains, and How Children Learn. New York: William Morrow & Co. Inc. 1999

6- Shore, R. Rethinking the Brain: New Insights into Early Development. New York: Families and Work Institute. 1997

7- Margot Sunderland. The Science of Parenting. DK Publishing Inc. 2006.

8- Brummelte S, Grunau RE, Zaidman-Zait A, Weinberg J, Nordstokke D, Cepeda IL. Cortisol levels in relation to maternal interaction and child internalizing behavior in preterm and full-term children at 18 months corrected age. Dev Psychobiol. 2010 Oct 28.

9- Pantley. E. No-Cry Separation Anxiety Solution: Gentle Ways to Make Good-Bye Easy from Six Months to Six Years. McGraw-Hill, 2010.



quinta-feira, 30 de maio de 2013

O momento do nascimento é determinante para toda a vida do ser humano ?

Muita coisa a se pensar após ler essa publicação.
Estou de acordo com Michel Odent, principalmente depois que fui mãe e depois de vivenciar por mais de  10 anos nascimentos de filhos de amigos, de  criança na familia e de mães atendidas por mim!
Vale a reflexão!


Período primal determina saúde dos indivíduos
Publicada em 30/03/2012
Filipe Leonel

“A saúde de cada indivíduo é formada durante a sua vida intrauterina, mas sua capacidade de amar é determinada no momento do nascimento”. Foi com essa afirmativa, e questionando qual o futuro de uma sociedade na qual a maioria dos bebês nasce por cesárea, que o fundador do Primal Health Research Centre, em Londres, Michel Odent, conduziu o Centro de Estudos da ENSP dessa quarta-feira (28/3). Odent, que foi pioneiro nos anos setenta da tese da humanização do parto, destacou sua importância e classificou como ‘hormônio do amor’ a ocitocina liberada durante o parto normal por sua capacidade de aproximar mãe e filho.

O áudio de toda a palestra pode ser acessado na Biblioteca Multimídia da ENSP.
http://www4.ensp.fiocruz.br/biblioteca/home/exibedetalhesBiblioteca.cfm?ID=14347&tipo=B

O médico, que veio a convite do grupo Nascer no Brasil, falou para um auditório lotado sobre o tema Saúde primal: da concepção até o primeiro ano de vida. Ao apresentá-lo, a coordenadora da mesa, a pesquisadora Maria do Carmo Leal, disse ser de extrema importância sua discussão no Brasil, tendo em vista que as cesáreas ocorrem com cerca de 90% das mulheres que usam o Sistema Único de Saúde e que vários aspectos presentes em nossa sociedade podem ser influenciados pela alta prevalência desse procedimento.

De acordo com o palestrante, a pesquisa em saúde primal pode ser apresentada como um ramo da epidemiologia que inclui todos os estudos que exploram as correlações entre tudo aquilo que acontece no início da vida humana e no decorrer do seu desenvolvimento. Para isso, entretanto, é necessário definir o que é o início da vida. “Em nosso vocabulário, o início da vida é o período primal, ou seja, aquele que inclui a vida fetal, o período do nascimento e o primeiro ano de idade do bebê”, explicou.

Em seguida, apresentou um banco de dados em saúde primal disponível na internet para acesso a pesquisas sobre o tema. A ferramenta, segundo ele, traz uma série de trabalhos e instrumentos que destacam a importância de os profissionais de saúde que trabalham com a gestação pensarem a longo prazo. Para exemplificar sua fala, citou a cesariana como uma operação fácil, rápida, segura e que pode ser feita em 20 minutos, com perda sanguínea equivalente à do parto vaginal e com um custo mais efetivo. “Se somente esses critérios fossem considerados para avaliar as práticas de obstetrícia e parteria, por que não aconselhar todas as mulheres a darem a luz via cesariana?”, questionou.

O momento do nascimento determina toda a vida do ser humano

Em resposta a sua própria pergunta, disse que a sociedade necessita de outras considerações e deve treinar suas mentes para o pensamento de longo prazo. “Todo profissional envolvido no parto, por motivos óbvios, só pensa em curto prazo. Quando um bebê nasce, a parteira não pensa nos riscos que ele pode ter ao longo de sua vida. Logo, precisamos de critérios para pensarmos nessas situações e modificarmos essa forma de pensar. O banco de dados traz uma variedade de estudos públicos e muitas publicações científicas, que, por sua vez, trazem uma visão geral do assunto”.

Para Odent, o momento do nascimento é determinante para toda a vida do ser humano. Traços da personalidade, autismo, comportamento autodestrutivo, risco de suicídio na adolescência e criminalidade juvenil estão relacionados à capacidade de amar e se comunicar dos indivíduos, segundo ele. Por outro lado, as patologias relacionadas ao metabolismo humano, como diabetes, obesidade e prevalência de doenças coronarianas, por exemplo, estão relacionadas à vida intrauterina do indivíduo. “Me parece que a nossa saúde é formada na nossa vida intrauterina. Isso já está claro para nós hoje em dia. Por outro lado, a nossa capacidade de amar é determinada durante o período do nascimento".

Ainda de acordo com o palestrante, quando a capacidade de amar está relacionada aos humanos sua dimensão é maior. “Nós pertencemos a diversas culturas. Quando a mulher está grávida e sabe que está esperando o bebê, ela pode antecipar seu comportamento materno. Quando há alguma perturbação no nascimento de um mamífero não humano, por exemplo, os efeitos são logo detectados para cada indivíduo. A mãe perde o interesse pelo bebê. Pesquisas demonstram que as mães macacas que dão à luz por cesárea não cuidam dos bebês”.

Já no final de sua palestra, Odent disse que o contexto atual de interação entre os fatores genéticos e o ambiente pode levar a uma nova classificação de doenças. Além disso, também se referiu às transformações que as mudanças da sociedade podem trazer ao nosso corpo.

“O número de mulheres que dão à luz somente com ajuda de seu próprio sistema ocitocínico está se tornando insignificante. A vida de uma mulher moderna muitas vezes a leva a diminuir o aleitamento. Uma função que se torna cada vez menos útil vai se enfraquecendo de geração em geração. Não posso imaginar uma pergunta mais importante para aqueles interessados no futuro da humanidade do que esta: qual será a evolução do sistema ocitocínico humano?”.

domingo, 5 de agosto de 2012


Algumas coisas sobre amamentação...

                                                         
  Larissa amamentando Miguel

Seu filho pode ficar mais inteligente a longo prazo O cérebro humano não nasce completamente formado. É durante os três primeiros anos que a quantidade de neurônios e sinapses (conexões entre neurônios) aumenta. “O leite materno tem substâncias que favorecem esse desenvolvimento”, diz Luciano Borges Santiago, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria.Segundo o pediatra, 90% das sinapses cerebrais de uma pessoa são criadas durante seus três primeiros anos de vida. “Quanto mais ligações tiver no cérebro, maior a habilidade da pessoa”, completa o pediatra. Pesquisas da Nova Zelândia e Irlanda mostram que crianças que foram amamentadas exclusivamente durante os primeiros seis meses têm maiores notas na escola e habilidades cognitivas mais refinadas.

Amamentar pode deixar a mãe mais magra mesmo décadas mais tarde Quantos filhos a mulher teve e se ela amamentou pode afetar seu índice de massa corporal (IMC) décadas mais tarde, afirma um novo estudo inglês.Através de pesquisas como esta, as mulheres que estão em idade fértil podem enxergar que amamentar é bom para elas e para seus filhos e que os benefícios para a própria saúde podem ter uma duração extremamente longa", disse Kirsty Bobrow, pesquisadora clínica da Universidade de Oxford, na Inglaterra.
Para o estudo, Bobrow e seus colegas avaliaram informações de cerca de 740 mil mulheres na pós-menopausa que participam inicialmente de uma pesquisa britânica feita entre 1996 e 2001, aBritain’s Million Women. A média de idade das participantes do estudo foi de 58 anos.
A mãe fica mais calma Dois hormônios agem durante o aleitamento: a prolactina, que induz o corpo a produzir leite, e a oxitocina, que ejeta o líquido da mama. Combinados, estes hormônios agem no organismo da mãe. A a oxitocina, quando liberada, dá a sensação de prazer.
Bebê sonolento não mama direito O processo de amamentação flui melhor quando o bebê está desperto, porque ele consegue abrir a boca para fazer a pega correta (abocanhar o mamilo e a maior parte da aréola). Quando está sonolento, geralmente atinge só a pontinha do mamilo. Resultado: não mama direito e em pouco tempo precisará se “abastecer” de novo. “Para deixar o bebê mais desperto, a mãe pode manter o ambiente mais iluminado e deixar o bebê com menos roupa, para que se aconchegue e equilibre a temperatura no colo da mãe”, aconselha a enfermeira Bárbara Pauletti, do Centro de Amamentação da Maternidade Pró-Matre (SP).
Mãe adotiva também pode dar o peito A possibilidade de ter leite natural mesmo sem passar pela bomba hormonal trazida pela gestação começa, primeiro, com vontade e disposição de realizar o ato. Empenho é a palavra de ordem, inclusive para as mulheres que geraram os bebês, já que uma pesquisa da Fiocruz divulgada no início do ano mostrou que 44% delas falham na amamentação.
“É claro que muitos fatores são influentes na amamentação adotiva. Quanto mais nova é a criança, maior é a chance do aleitamento ser possível. Alguns medicamentos estimulam a produção do hormônio do leite, a prolactina. As massagens e o estímulo com bombas e equipamentos também ajudam a induzir o aleitamento”, pontua Marcus Carvalho.
Tatiane fez tudo o que o médico indicou e também tomou sol nos bicos do peito, técnica que funciona para preparar a mama - já que a aréola não é preparada pela pigmentação trazida pela gravidez.
"Mas nada foi tão estimulante quanto enxergar as transformações resultantes da insistência de oferecer o peito à boca do João Pedro", conta.
O nenê sugava o alimento – que primeiro saia ralinho e depois ficou mais espesso – dormia um sono gostoso e crescia a cada dia. Ao mesmo tempo, ela esquecia das mamas doloridas, suportava o cansaço das noites mal dormidas e experimentava a sensação plena de ser mãe em cada mamada.
“Soube aos 14 anos que não poderia gerar uma criança por um problema no sistema reprodutivo. Mas nunca duvidei que seria mãe.” A amamentação deixava a convicção de Tatiane explícita a qualquer um que fazia uma visita ao recém-chegado João Pedro.
Mesmo que não conheçam a mãe biológica dos filhos do coração, todas as mães adotivas podem tentar amamentar, recomenda a pesquisadora do Instituto de Saúde de São Paulo e uma das principais referências em amamentação do País, Marina Ferreira Réa.
“Não dá para atestar que todas terão sucesso. Se o bebê chega com mais de quatro meses, por exemplo, o processo é ainda mais lento, mas não impossível", informa, incentivando a persistência. “É sempre bom lembrar que o leite materno de uma mulher que engravidou tem a mesma qualidade do leite produzido por uma mulher que estimulou a amamentação. Os dois tipos são essenciais para criança, completos e uma forma bem eficiente de criar vínculo entre mãe e filho.”
Para quem quer adotar e amamentar um bebê:
- Se vai adotar uma criança e deseja amamentá-la tradicionalmente, informe isso ao seu médico

- O processo é lento e requer empenho. Faça massagens nos seios, tome sol com eles descobertos (fora dos horários de sol intenso) e também se informe sobre os aparelhos que fazem o bombeamento das mamas com foco na estimulação.
- Com orientação médica, há a possibilidade de usar medicações que estimulem a produção de prolactina, hormônio do leite materno
- Nos bancos de leite, são mais de 150 espalhados pelo País, os profissionais são habilitados a dar informações sobre isso.
- Ao iniciar a amamentação, é possível que o bebê precise de complemento na alimentação. Uma técnica é usar uma sonda bem fininha. Coloque uma ponta das sondas no copo e a outra próxima ao bico do seu seio. O nenê ao mesmo tempo que suga o peito, recebe o leite do copinho. Com o tempo e estímulo, ele vai passar a beber menos do copo e mais do peito
Alternar seios toda hora não é o ideal É melhor esvaziar completamente o primeiro seio para só então passar para o segundo. Muitas vezes, o esvaziamento total da mama exige duas ou três mamadas no mesmo peito. Quando as mães alternam os dois seios em cada mamada, acabam por produzir excesso de leite.  “Com a hiperprodução, o bebê pode ficar irritado e ganhar menos peso, pois não consegue chegar ao ‘leite do fim’. Este leite final tem uma alta carga de gordura, dá a sensação de saciedade e prazer e engorda”, explica a pediatra e neonatologista Ana Júlia Colameo, membro da IBFAN (Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar) e conselheira em amamentação da Organização Mundial da Saúde e Unicef. 
Amamentação exclusiva até 6 meses influencia rendimento escolar da criançaEstudo australiano apontou que meninos em idade escolar que foram amamentados pelo menos nos primeiros seis meses de vida podem ter melhor aproveitamento escolar que seus colegas em leitura, redação e aritmética.   .Quando comparados a outros garotos que foram amamentados por um período mais curto, eles apresentaram, em média, notas 10% mais altas em matemática e redação, 8% em ortografia e 6% em leitura. Entre as meninas, no entanto, não foi observada nenhuma diferença de desempenho.Wendy ressaltou que o leite materno contém ácidos graxos essenciais envolvidos no desenvolvimento cerebral. Com base em tais evidências, alguns estudos já relacionaram a amamentação ao QI mais alto na infância e a um melhor aproveitamento escolar. Mas, como nem todos encontraram tal relação, ainda resta dúvidas se o aprimoramento é proveniente simplesmente do leite materno.
Para realizar o estudo, Wendy e sua equipe começaram a acompanhar gestantes e posteriormente avaliaram seus filhos, periodicamente, até os 10 anos de idade. Foram coletadas diferentes informações, tais como a frequência com que os pais liam para os filhos, com o intuito de contabilizar outros fatores que pudessem explicar qualquer ligação entre a amamentação e a façanha acadêmica.
Não se prenda ao tempo da mamada 
O bebê não é um relógio. Ele funciona na hora que quer. Portanto, nada de se prender em conselhos de amigas e avós sobre a duração de cada mamada. “Não é de três em três horas ou de ‘tantos’ minutos em cada peito. Como o leite materno é de fácil digestão, alguns bebês mamam com muita frequência”, explica o pediatra Marcus Renato de Carvalho.Segundo ele, o importante mesmo é zelar pela livre demanda, ou seja, o bebê dita o ritmo: mama o tempo que quiser, no intervalo que necessitar. A mamada só termina quando ele solta espontaneamente o seio materno
Falta de informação faz mulheres amamentarem menos Dor, falta de jeito, leite que demora a vir. Esses são alguns dos motivos que levam muitas mães a abandonarem precocemente a amamentação. A média de aleitamento exclusivo da população brasileira é de apenas 54 dias, segundo dados do Ministério da Saúde.
As mães podem levar até uma semana para começar a produzir leite. O atraso, segundo pesquisas norte-americanas, pode ser ocasionado por três fatores importantes como estar acima do peso, ter dificuldades para dar o seio e ser mãe pela primeira vez após os 30 anos.
De acordo com o estudo, 44% das 431 mulheres estudadas levaram mais de 72 horas para que o corpo iniciasse a produção de leite. As mães acima do peso apresentaram mais chances de ter atraso do que as magras, e 58% daquelas que tinham 30 anos ou mais sofreram com atraso contra 39% daquelas abaixo dessa faixa etária. A pesquisadora que coordenou o estudo, Laurie A. Nommsen-Rios, do Cincinnati Children's Hospital Medical Center, em Ohio, não conseguiu identificar por qual motivo a idade e o peso estariam relacionados a um maior risco de lactação tardia.
Além disso, o estudo demonstrou que as mães que amamentaram seus filhos pelo menos duas vezes nas primeiras 24 horas de vida do recém-nascido estavam menos propensas a ter atrasos na lactação.
Frustradas com a demora, muitas mulheres acham que não poderão amamentar e desistem de dar o peito. Nessas condições, a médica aconselha a procurar um especialista e disse que a peça chave, neste momento, é o apoio e a perseverança.
Pele a pele
A proximidade entre mãe e filho pode ajudar mulheres que estiverem enfrentando problemas para amamentar. A indicação é incentivar o contato pele a pele de mãe e filho. A proximidade é uma das obrigações dos Hospitais Amigos da Criança: colocar o bebê em contato com a mãe logo após o nascimento. Essa relação é, inclusive, recomendação da Academia Americana de Pediatria. “O contato pele a pele não é importante só para o aleitamento, mas para formação de vínculo, para o desenvolvimento afetivo da criança”, avalia Sonia Venâncio.
Alimentação materna
Cerca de 94% das mães não seguem uma dieta apropriada logo após o parto, ou seja, não consomem a quantidade devida de vitaminas A e E, ferro e carboidratos. Essa foi a conclusão de outra pesquisa realizada pela Universidade de Granada, na Espanha, que revelou que as mulheres estavam optando por uma dieta hipocalórica, rica em proteínas, e baixa em gordura.
O resultado é uma queda na qualidade do leite oferecido ao recém-nascido, com excesso de proteínas e deficiência de vitaminas A e E e ferro, este último um nutriente essencial para o desenvolvimento neurológico do bebê. O problema, no entanto, é de fácil correção: bastam pequenas alterações no cardápio dessas mães, como a inclusão de frutas e a redução de carnes, para ter um salto na qualidade no leite oferecido ao filho e, consequentemente, um aumento na saúde dessa criança.
Lactantes podem tomar pílula Na fase da amamentação, a mãe deve usar um anticoncepcional que só tenha progesterona para não passar hormônio feminino para o bebê através do leite, é a chamada minipílula.
 Converse com seu ginecologista, que poderá indicar a melhor opção para você. Nesta fase existe o aumento da prolactina, que suspende a menstruação, mas lembre-se que o período ovulatório antecede a menstruação e, sem uma anticoncepção segura, você poderá engravidar mesmo amamentando e ainda sem voltar a menstruar. Dependendo do prazo que você pretende esperar para engravidar novamente, o implante de progesterona pode ser uma opção. Ele pode ser usado por período de seis meses ou até três anos, sem interferir na amamentação ou desmame (diminuição da amamentação).



 FONTE:http://delas.ig.com.br/filhos/2012-08-01/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-amamentacao.html