quinta-feira, 31 de março de 2011

Como o leite materno vira água e a vaca passa a fazer melhor leite que o seu

por AMS - Aleitamento Materno Solidário, sexta, 25 de março de 2011 às 10:05.


"Eu acho que se você amamenta por um ano alguém deveria fazer uma festa para você. O melhor que eu pude fazer foi dar camisetas comemorativas. Eu já dei mais camisetas do que posso contar e atualmente eu tenho uma lista comemorativa para celebrar as mães que conseguiram isso no meu website.
http://www.drjen4kids.com/breastfeeding/wall%20of%20fame.htm

Então, com todas essas mães no meu consultório alcançando esse objetivo,, eu comecei a considerar fazer algo para reconhecer as mães que continuavam a amamentar aos 18 meses. Essas mães maravilhosas, que ganharam a camiseta e os parabéns pelo primeiro ano diziam “Não, obrigada.” quando eu mencionei o que tinha em mente – elas não queriam que outras pessoas soubessem. Elas amamentavam, mas não queriam reconhecimento público. Elas amamentavam “no armário” e estavam bem assim.
A revisão dos 12 meses é uma ótima oportunidade para falar dos benefícios de continuar a amamentar além do primeiro ano. Eu vou tentar não dizer “amamentação prolongada” porque isso revela um viés cultural que existe onde eu vivo, mas talvez não onde você viva. Mundialmente, amamentar até os 2 ou 4 anos é simplesmente normal. E antes que o viés cultural interrompa a discussão, a política da Associação Americana de Pediatria diz que “não existe limite para a duração da amamentação e não há evidência psicológica de prejuízo ao desenvolvimento devido à amamentação no terceiro ano de vida ou mais”.
Então, o que acontece aos doze meses? De acordo com a crença popular, no momento em que o seu lindo bebê amamentado está dormindo na noite anterior do seu primeiro aniversário, o mundo se transforma: no dia seguinte, eles descobrem que o leite materno já não serve. Eles descobriram que a vaca faz um leite melhor que a mãe.
E como você faz que uma criança de um ano que ainda não fala entenda isso? Eles estão contando com continuar recebendo a calidez, a expressão de amor e a maravilhosa nutrição que tinham no dia anterior. Qual é a mágica daquele 366º dia da sua vida?
Eu sei que não faz sentido e que o bebê de um ano provavelmente está confuso, mas eu conheço algumas mulheres maravilhosas que acreditam que se elas continuarem a amamentar, seus filhos vão precisar de um complemento de leite de vaca “para que tenham todos os nutrientes”. Eu devo morar no paraíso dos laticínios, onde pessoas usam chapéus de queijo em público, mas o leite da vaca é para os bezerros. E como eu normalmente tenho essa conversa no meio de uma consulta, com a criança presente, eu posso fazer um bom trabalho convencendo a família de que o meu exame clínico sugere que o seu filho não é um bezerro.
Os componentes do leite materno que combatem infecções continuam presentes: lisozima, lactoferrina, imunoglobulina (IgA) estão presentes em quantidades estáveis. Os níveis de proteína, cálcio, ácidos graxos de cadeia longa são mais baixos comparados com o leite de um bebê de 3 meses, mas não estamos falando de bebês de 3 meses que só se alimentam de leite materno. A criança de um ano já come outros alimentos. Além disso, sabemos que mães que amamentam por mais tempo diminuem o seu risco de câncer de mama.
Eu entendo. Muitas pessoas, incluindo os profissionais de saúde, não entendem porque você quer amamentar por mais de um ano. Mas não são eles que tem que acalmar uma criança de 15 meses berrando. Eu só estou dizendo isso – se eu tivesse que escolher entre uma criança chorando que eu tenho que distrair e fazer feliz de alguma maneira e uma criança chorando que eu posso dar o peito e fazer feliz em 5 minutos, eu prefiro o segundo.
Algum dia, eu espero poder fazer algo pelas minhas amigas, as mães que amamentam “no armário” e eu saberei que estarei fazendo progresso aqui no meu pedacinho de mundo. Talvez então nós possamos convencer o resto do mundo que amamentar um bebê de mais de um ano é normal. "

Jenny Thomas, pediatra membro da Associação Americana de Pediatria, membro do Comitê Internacional de Certificação de Consultoria de Aleitamento e da Academy of Breastfeeding Medicine.
http://www.facebook.com/notes/lakeshore-medical-breastfeeding-medicine-clinic/when-breastmilk-turns-to-water-and-a-cow-makes-better-milk-than-you-do/155702701154727

Tradução de Bel Kock-Allaman

FONTE:   A M S- ALEITAMENTO MATERNO SOLIDARIO http://www.facebook.com/pages/AMS-Aleitamento-Materno-Solid%C3%A1rio/197242083624453

domingo, 13 de março de 2011

AMAMENTAR por + tempo



FONTE:  http://www.aleitamento.com/


As crianças amamantadas por mais de 6 meses teriam menos risco de sofrer transtornos mentais no futuro, sugeriu um estudo realizado na Australia.

"Prolongar o aleitamento materno beneficiaria a saúde mental da criança até a adolescência", escreveu no The Journal of Pediatrics a equipe de Wendy H. Oddy, do Instituto de Investigação em Saúde Infantil Telethon, em West Perth.

A amamentação ajudaria os lactentes a superar melhor o estresse e até reforçaria o apego entre a mãe e filho, dois benefícios a longo prazo.

A equipe estudou 2.366 filhos de participantes da investigação Raine (Western Australia Pregnancy Cohort Study). Foi avaliada a saúde mental de cada criança aos 2, 5, 8, 10 e 14 anos.

11% das crianças nunca havia recebido Leite Materno, e 38% havia sido amamantada menos de 6 meses e a metade, durante 6 meses ou mais.

As mulheres que optaram pela amamentação por menos de 6 meses eram mais jovens, tinham menos educação formal, eram mais pobres, estavam mais estressadas e fumavam mais que aquelas que escolheram a amamentação prolongada.

Além disso, essas mulheres eram mais propensas a sofrer depressão pós parto e seus bebês apresentavam problemas de desenvolvimento.

Em cada avaliação, a equipe descobriu que as crianças amamantadas por menos tempo se comportavam pior.

As diferentas se observaram na conduta de se internalizar, que é aquela que se interioriza a negatividade, como a depressão e a conduta que se exterioriza com agressão.

A conduta melhorava por cada mês adicional de amamentação.

O aleitamento materno por 6 meses ou mais se manteve associado positivamente com a saúde mental e o bem estar das crianças e dos adolescentes mesmo controlando a influência de fatores sociais, econômicos e psicológicos, além das experiencias nos primeiros anos de vida.

A equipe concluiu que “as intervenções orientadas a aumentar a duração da amamentação beneficiaria a saúde mental de crianças e adolescentes a longo prazo”.

The Journal of Pediatrics, 14 de diciembre del 2009 – Tradução de Marcus Renato de Carvalho

 Long-Term Effects of Breastfeeding on Child and Adolescent Mental Health: A Pregnancy Cohort Study Followed for 14 Years

Wendy H. Oddy, PhDa , Garth E. Kendall, PhDac, Jianghong Li, PhDad, Peter Jacoby, MSca, Monique Robinson, BA (Hons) Psycha, Nicholas H. de Klerk, PhDa, Sven R. Silburn, MSce, Stephen R. Zubrick, PhDe, Louis I. Landau, MDb, Fiona J. Stanley, MDa

Objectives
To determine whether there was an independent effect of breastfeeding on child and adolescent mental health.

Study design

The Western Australian Pregnancy Cohort (Raine) Study recruited 2900 pregnant women and followed the live births for 14 years. Mental health status was assessed by the Child Behaviour Checklist (CBCL) at 2, 6, 8, 10, and 14 years. Maternal pregnancy, postnatal, and infant factors were tested in multivariable random effects models and generalized estimating equations to examine the effects of breastfeeding duration on mental health morbidity.

Results

Breastfeeding for less than 6 months compared with 6 months or longer was an independent predictor of mental health problems through childhood and into adolescence. This relationship was supported by the random effects models (increase in total CBCL score: 1.45; 95% confidence interval 0.59, 2.30) and generalized estimating equation models (odds ratio for CBCL morbidity: 1.33; 95% confidence interval 1.09, 1.62) showing increased behavioral problems with shorter breastfeeding duration.

Conclusion

A shorter duration of breastfeeding may be a predictor of adverse mental health outcomes throughout the developmental trajectory of childhood and early adolescence.

CBCL, Child Behaviour Checklist, EE, Estimate of effects, POBW, Proportion of optimal birth weight

a Telethon Institute for Child Health Research, Centre for Child Health Research, Curtin University of Technology, Perth, Australia

b Faculty of Medicine and Dentistry, Curtin University of Technology, Perth, Australia

c The University of Western Australia, the School of Nursing and Midwifery, Curtin University of Technology, Perth, Australia

d Centre for International Health & School of Public Health, Curtin University of Technology, Perth, Australia

e The Centre for Developmental Health, Curtin University of Technology, Perth, Australia

Reprint requests: W.H. Oddy, PhD, Telethon Institute for Child Health Research, PO Box 855, West Perth, WA, 6872, Australia.

The Western Australian Pregnancy Cohort (Raine) Study is funded by the Raine Medical Research Foundation at The University of Western Australia, the National Health and Medical Research Council of Australia (NHMRC), the Telstra Foundation, the Western Australian Health Promotion Foundation, and the Australian Rotary Health Research Fund. We would also like to acknowledge the Telethon Institute for Child Health Research and the NHMRC Program Grant which supported the 14-year follow-up (Stanley et al, ID 003209). The authors declare no conflicts of interest.

“Não há um limite máximo para a duração da amamentação e não há evidência de prejuízo psicológico ou no desenvolvimento, da amamentação no terceiro ano de vida ou depois disso.”


DETTWYLWE KA. A time to wean: the hominid blueprint for the natural age of weaning in modern human populations. In: Stuart-Macadam P, Dettwylwe KA, eds. Breastfeeding: Biocultural Perspectives. Hawthorne, NY: aldine de Grusyter; 1995:39-73

Autor: The Journal of Pediatrics
Data: 19/1/2010