sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Amamentação e Volta ao Trabalho- Legislação



Essa questão do retorno ao trabalho e os direitos da mãe que amamenta, é algo que já preocupa antes mesmo do  filho nascer... Apesar de existirem campanhas que estimulem a amamentação, retornar ao trabalho com nosso bebê estando somente com 4 meses, é triste demais!
Geralmente os primeiros 2 meses, são de um eterno e importante acerto/aprendizado entre mãe e bebê . A mãe passa a relaxar mais, a entender os sinais do seu bebê depois desse tempo  e, de repente, tem que voltar ao trabalho... Aos 3 meses muitos pediatras já prescrevem papinhas e introdução de leite artificial e se esquecem (ou não se importam?) daquelas mães que amamentam e que gostariam de continuar amamentando..muitas mães inclusive , são desestimuladas a seguirem amamentando ( "ah,depois que o bebê comer outras coisas, o leite vai secar e nem será mais importante..) " ou  são desestimuladas a armazenar leite materno, porque o que mais ouvem, é que não conseguirão dar conta de tanta produção, são muitas mamadas!
Bom, eu posso dizer, por experiência pessoal , que amamentar e voltar ao trabalho, são plenamente compatíveis . Consegui amamentar exclusivamente meus 2 filhos até o 6o mes e eu só precisei  manter uma frequência de  ordenhas para estocar leite materno.
Como eu fiz?
Cedi a tentação do uso da bomba elétrica, porque, ficava muito nervosa, fazendo a ordenha manual  e acabava por não conseguir um bom volume de leite;
Quinze dias antes do meu retorno, passei a me ordenhar antes de cada mamada e após cada mamada (nos finais de semana, inclusive!) e estocava o leite materno no congelador.
Após o meu retorno, mantive a frequência de ordenhas inclusive no trabalho e já que não amamentava no trabalho, utilizei os 2 períodos que o artigo 396 (CLT), prevê. Houveram algumas situações em que pude negociar utilizando esse 2 períodos,chegando 1 hora mais tarde no trabalho, ou saindo 1 hora mais cedo, mas isso nem sempre dava certo,então preferi utilizar os 2 intervalos que a lei me proporcionava para amamentar, me ordenhando. Estocava meu leite na geladeira do trabalho e no final do expediente, armazenava os potes em bolsa térmica e ia direto para  a creche das crianças.
Apesar da correria e das ordenhas e da "falação" de tanta gente , amenizava ( e muito!) o meu coração, saber que meus filhos estavam se alimentando com o meu leite que continha não somente a nutrição ideal, mas todo o meu afeto !
Muitas perguntas são feitas sobre os direitos da mãe que amamenta então , resolvi postar um pouco sobre o que a  legislação brasileira oferece á família!

DIREITOS DA MULHER TRABALHORA


 Licença maternidade:
 O artigo 7º, inciso XVII da Constituição, garante a licença à gestante sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de 120 dias, tanto para a trabalhadora rural como para a urbana.
O artigo 10º das Disposições Transitórias veda a dispensa sem justa causa da empregada gestante desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
Esses benefícios podem ser estendidos em convenções coletivas (acordado entre sindicatos de empresa e empregados) ou ainda de acordo com os estatutos da administração direta ou indireta.

A lei nº 11.770, de 2008, ampliou a licença maternidade para seis meses, de forma facultativa, tanto para as trabalhadoras da esfera privada quanto para as da esfera pública.

O artigo 392 da CLT em seu parágrafo 2º prevê:
“Em casos excepcionais, os períodos antes e depois do parto poderão ser aumentados de mais 2 (duas) semanas cada um, mediante atestado médico na forma do Art.375, o qual deverá ser visado pela empresa. (…)
Parágrafo 3º: Em caso de parto antecipado, a mulher terá sempre direito às 12 (doze) semanas previstas neste artigo.

Amamentação e Volta ao Trabalho
 O art. 396 da CLT prevê:
“Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um, que não se confundirão com os intervalos normais para seu repouso e alimentação.
Parágrafo Único: “Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério de autoridade competente.”

Amamentação e Adoção

Em relação a licença maternidade  para mães adotivas ou às mulheres que detêm a guarda judicial de crianças com até um ano de idade é de 120 dias .

 Licença Paternidade
 Os pais têm direito a 5 (cinco) dias corridos de licença, a contar do dia do nascimento do filho.


É BOM SABER.....

Ampliação da Licença Maternidade e  Empresa Cidadã

A pessoa jurídica poderá aderir ao Programa Empresa Cidadã mediante Requerimento de Adesão formulado em nome do estabelecimento matriz, pelo responsável perante o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), a partir de 25/01/2010, conforme regras estabelecidas na IN RFB nº 991/2010.
O Requerimento de Adesão deverá ser formulado exclusivamente no sítio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) na Internet, a partir de 25 de janeiro de 2010.  O acesso ao endereço eletrônico dar-se-á por meio de código de acesso, a ser obtido no sítio da RFB, ou mediante certificado digital válido.
Será beneficiada pelo Programa Empresa Cidadã, instituído pelo Decreto nº 7.052, de 23 de dezembro de 2009, a empregada da pessoa jurídica que aderir ao Programa, desde que a empregada requeira a prorrogação do salário-maternidade até o final do primeiro mês após o parto. A solicitação da empregada é feita junto à empresa, de acordo com as regras do Decreto nº 7.052/2009.
               
AMPLIAÇÃO DA LICENÇA MATERNIDADE NO BRASIL

Art. 1o É instituído o Programa Empresa Cidadã, destinado a prorrogar por 60 (sessenta) dias a duração da licença-maternidade prevista no inciso XVIII do caput do art. 7o da Constituição Federal.
§ 1o A prorrogação será garantida à empregada da pessoa jurídica que aderir ao Programa, desde que a empregada a requeira até o final do primeiro mês após o parto, e concedida imediatamente após a fruição da licença-maternidade de que trata o inciso XVIII do caput do art. 7º da Constituição Federal.
  2o A prorrogação será garantida, na mesma proporção, também à empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança.
Art. 2o É a administração pública, direta, indireta e fundacional, autorizada a instituir programa que garanta prorrogação da licença-maternidade para suas servidoras, nos termos do que prevê o art. 1o desta Lei.
Art. 3o Durante o período de prorrogação da licença-maternidade, a empregada terá direito à sua remuneração integral, nos mesmos moldes devidos no período de percepção do salário-maternidade pago pelo regime geral de previdência social.
Art. 4o No período de prorrogação da licença-maternidade de que trata esta Lei, a empregada não poderá exercer qualquer atividade remunerada e a criança não poderá ser mantida em creche ou organização similar.
Parágrafo único. Em caso de descumprimento do disposto no caput deste artigo, a empregada perderá o direito à prorrogação.
Art. 5o A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá deduzir do imposto devido, em cada período de apuração, o total da remuneração integral da empregada pago nos 60 (sessenta) dias de prorrogação de sua licença-maternidade, vedada a dedução como despesa operacional.
Art. 7o O Poder Executivo, com vistas no cumprimento do disposto no inciso II do caput do art. 5o e nos arts. 12 e 14 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, estimará o montante da renúncia fiscal decorrente do disposto nesta Lei e o incluirá no demonstrativo a que se refere o § 6º do art. 165 da Constituição Federal, que acompanhará o projeto de lei orçamentária cuja apresentação se der após decorridos 60 (sessenta) dias da publicação desta Lei.
Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do exercício subsequente àquele em que for implementado o disposto no seu art. 7o.


























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