domingo, 5 de agosto de 2012


Algumas coisas sobre amamentação...

                                                         
  Larissa amamentando Miguel

Seu filho pode ficar mais inteligente a longo prazo O cérebro humano não nasce completamente formado. É durante os três primeiros anos que a quantidade de neurônios e sinapses (conexões entre neurônios) aumenta. “O leite materno tem substâncias que favorecem esse desenvolvimento”, diz Luciano Borges Santiago, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria.Segundo o pediatra, 90% das sinapses cerebrais de uma pessoa são criadas durante seus três primeiros anos de vida. “Quanto mais ligações tiver no cérebro, maior a habilidade da pessoa”, completa o pediatra. Pesquisas da Nova Zelândia e Irlanda mostram que crianças que foram amamentadas exclusivamente durante os primeiros seis meses têm maiores notas na escola e habilidades cognitivas mais refinadas.

Amamentar pode deixar a mãe mais magra mesmo décadas mais tarde Quantos filhos a mulher teve e se ela amamentou pode afetar seu índice de massa corporal (IMC) décadas mais tarde, afirma um novo estudo inglês.Através de pesquisas como esta, as mulheres que estão em idade fértil podem enxergar que amamentar é bom para elas e para seus filhos e que os benefícios para a própria saúde podem ter uma duração extremamente longa", disse Kirsty Bobrow, pesquisadora clínica da Universidade de Oxford, na Inglaterra.
Para o estudo, Bobrow e seus colegas avaliaram informações de cerca de 740 mil mulheres na pós-menopausa que participam inicialmente de uma pesquisa britânica feita entre 1996 e 2001, aBritain’s Million Women. A média de idade das participantes do estudo foi de 58 anos.
A mãe fica mais calma Dois hormônios agem durante o aleitamento: a prolactina, que induz o corpo a produzir leite, e a oxitocina, que ejeta o líquido da mama. Combinados, estes hormônios agem no organismo da mãe. A a oxitocina, quando liberada, dá a sensação de prazer.
Bebê sonolento não mama direito O processo de amamentação flui melhor quando o bebê está desperto, porque ele consegue abrir a boca para fazer a pega correta (abocanhar o mamilo e a maior parte da aréola). Quando está sonolento, geralmente atinge só a pontinha do mamilo. Resultado: não mama direito e em pouco tempo precisará se “abastecer” de novo. “Para deixar o bebê mais desperto, a mãe pode manter o ambiente mais iluminado e deixar o bebê com menos roupa, para que se aconchegue e equilibre a temperatura no colo da mãe”, aconselha a enfermeira Bárbara Pauletti, do Centro de Amamentação da Maternidade Pró-Matre (SP).
Mãe adotiva também pode dar o peito A possibilidade de ter leite natural mesmo sem passar pela bomba hormonal trazida pela gestação começa, primeiro, com vontade e disposição de realizar o ato. Empenho é a palavra de ordem, inclusive para as mulheres que geraram os bebês, já que uma pesquisa da Fiocruz divulgada no início do ano mostrou que 44% delas falham na amamentação.
“É claro que muitos fatores são influentes na amamentação adotiva. Quanto mais nova é a criança, maior é a chance do aleitamento ser possível. Alguns medicamentos estimulam a produção do hormônio do leite, a prolactina. As massagens e o estímulo com bombas e equipamentos também ajudam a induzir o aleitamento”, pontua Marcus Carvalho.
Tatiane fez tudo o que o médico indicou e também tomou sol nos bicos do peito, técnica que funciona para preparar a mama - já que a aréola não é preparada pela pigmentação trazida pela gravidez.
"Mas nada foi tão estimulante quanto enxergar as transformações resultantes da insistência de oferecer o peito à boca do João Pedro", conta.
O nenê sugava o alimento – que primeiro saia ralinho e depois ficou mais espesso – dormia um sono gostoso e crescia a cada dia. Ao mesmo tempo, ela esquecia das mamas doloridas, suportava o cansaço das noites mal dormidas e experimentava a sensação plena de ser mãe em cada mamada.
“Soube aos 14 anos que não poderia gerar uma criança por um problema no sistema reprodutivo. Mas nunca duvidei que seria mãe.” A amamentação deixava a convicção de Tatiane explícita a qualquer um que fazia uma visita ao recém-chegado João Pedro.
Mesmo que não conheçam a mãe biológica dos filhos do coração, todas as mães adotivas podem tentar amamentar, recomenda a pesquisadora do Instituto de Saúde de São Paulo e uma das principais referências em amamentação do País, Marina Ferreira Réa.
“Não dá para atestar que todas terão sucesso. Se o bebê chega com mais de quatro meses, por exemplo, o processo é ainda mais lento, mas não impossível", informa, incentivando a persistência. “É sempre bom lembrar que o leite materno de uma mulher que engravidou tem a mesma qualidade do leite produzido por uma mulher que estimulou a amamentação. Os dois tipos são essenciais para criança, completos e uma forma bem eficiente de criar vínculo entre mãe e filho.”
Para quem quer adotar e amamentar um bebê:
- Se vai adotar uma criança e deseja amamentá-la tradicionalmente, informe isso ao seu médico

- O processo é lento e requer empenho. Faça massagens nos seios, tome sol com eles descobertos (fora dos horários de sol intenso) e também se informe sobre os aparelhos que fazem o bombeamento das mamas com foco na estimulação.
- Com orientação médica, há a possibilidade de usar medicações que estimulem a produção de prolactina, hormônio do leite materno
- Nos bancos de leite, são mais de 150 espalhados pelo País, os profissionais são habilitados a dar informações sobre isso.
- Ao iniciar a amamentação, é possível que o bebê precise de complemento na alimentação. Uma técnica é usar uma sonda bem fininha. Coloque uma ponta das sondas no copo e a outra próxima ao bico do seu seio. O nenê ao mesmo tempo que suga o peito, recebe o leite do copinho. Com o tempo e estímulo, ele vai passar a beber menos do copo e mais do peito
Alternar seios toda hora não é o ideal É melhor esvaziar completamente o primeiro seio para só então passar para o segundo. Muitas vezes, o esvaziamento total da mama exige duas ou três mamadas no mesmo peito. Quando as mães alternam os dois seios em cada mamada, acabam por produzir excesso de leite.  “Com a hiperprodução, o bebê pode ficar irritado e ganhar menos peso, pois não consegue chegar ao ‘leite do fim’. Este leite final tem uma alta carga de gordura, dá a sensação de saciedade e prazer e engorda”, explica a pediatra e neonatologista Ana Júlia Colameo, membro da IBFAN (Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar) e conselheira em amamentação da Organização Mundial da Saúde e Unicef. 
Amamentação exclusiva até 6 meses influencia rendimento escolar da criançaEstudo australiano apontou que meninos em idade escolar que foram amamentados pelo menos nos primeiros seis meses de vida podem ter melhor aproveitamento escolar que seus colegas em leitura, redação e aritmética.   .Quando comparados a outros garotos que foram amamentados por um período mais curto, eles apresentaram, em média, notas 10% mais altas em matemática e redação, 8% em ortografia e 6% em leitura. Entre as meninas, no entanto, não foi observada nenhuma diferença de desempenho.Wendy ressaltou que o leite materno contém ácidos graxos essenciais envolvidos no desenvolvimento cerebral. Com base em tais evidências, alguns estudos já relacionaram a amamentação ao QI mais alto na infância e a um melhor aproveitamento escolar. Mas, como nem todos encontraram tal relação, ainda resta dúvidas se o aprimoramento é proveniente simplesmente do leite materno.
Para realizar o estudo, Wendy e sua equipe começaram a acompanhar gestantes e posteriormente avaliaram seus filhos, periodicamente, até os 10 anos de idade. Foram coletadas diferentes informações, tais como a frequência com que os pais liam para os filhos, com o intuito de contabilizar outros fatores que pudessem explicar qualquer ligação entre a amamentação e a façanha acadêmica.
Não se prenda ao tempo da mamada 
O bebê não é um relógio. Ele funciona na hora que quer. Portanto, nada de se prender em conselhos de amigas e avós sobre a duração de cada mamada. “Não é de três em três horas ou de ‘tantos’ minutos em cada peito. Como o leite materno é de fácil digestão, alguns bebês mamam com muita frequência”, explica o pediatra Marcus Renato de Carvalho.Segundo ele, o importante mesmo é zelar pela livre demanda, ou seja, o bebê dita o ritmo: mama o tempo que quiser, no intervalo que necessitar. A mamada só termina quando ele solta espontaneamente o seio materno
Falta de informação faz mulheres amamentarem menos Dor, falta de jeito, leite que demora a vir. Esses são alguns dos motivos que levam muitas mães a abandonarem precocemente a amamentação. A média de aleitamento exclusivo da população brasileira é de apenas 54 dias, segundo dados do Ministério da Saúde.
As mães podem levar até uma semana para começar a produzir leite. O atraso, segundo pesquisas norte-americanas, pode ser ocasionado por três fatores importantes como estar acima do peso, ter dificuldades para dar o seio e ser mãe pela primeira vez após os 30 anos.
De acordo com o estudo, 44% das 431 mulheres estudadas levaram mais de 72 horas para que o corpo iniciasse a produção de leite. As mães acima do peso apresentaram mais chances de ter atraso do que as magras, e 58% daquelas que tinham 30 anos ou mais sofreram com atraso contra 39% daquelas abaixo dessa faixa etária. A pesquisadora que coordenou o estudo, Laurie A. Nommsen-Rios, do Cincinnati Children's Hospital Medical Center, em Ohio, não conseguiu identificar por qual motivo a idade e o peso estariam relacionados a um maior risco de lactação tardia.
Além disso, o estudo demonstrou que as mães que amamentaram seus filhos pelo menos duas vezes nas primeiras 24 horas de vida do recém-nascido estavam menos propensas a ter atrasos na lactação.
Frustradas com a demora, muitas mulheres acham que não poderão amamentar e desistem de dar o peito. Nessas condições, a médica aconselha a procurar um especialista e disse que a peça chave, neste momento, é o apoio e a perseverança.
Pele a pele
A proximidade entre mãe e filho pode ajudar mulheres que estiverem enfrentando problemas para amamentar. A indicação é incentivar o contato pele a pele de mãe e filho. A proximidade é uma das obrigações dos Hospitais Amigos da Criança: colocar o bebê em contato com a mãe logo após o nascimento. Essa relação é, inclusive, recomendação da Academia Americana de Pediatria. “O contato pele a pele não é importante só para o aleitamento, mas para formação de vínculo, para o desenvolvimento afetivo da criança”, avalia Sonia Venâncio.
Alimentação materna
Cerca de 94% das mães não seguem uma dieta apropriada logo após o parto, ou seja, não consomem a quantidade devida de vitaminas A e E, ferro e carboidratos. Essa foi a conclusão de outra pesquisa realizada pela Universidade de Granada, na Espanha, que revelou que as mulheres estavam optando por uma dieta hipocalórica, rica em proteínas, e baixa em gordura.
O resultado é uma queda na qualidade do leite oferecido ao recém-nascido, com excesso de proteínas e deficiência de vitaminas A e E e ferro, este último um nutriente essencial para o desenvolvimento neurológico do bebê. O problema, no entanto, é de fácil correção: bastam pequenas alterações no cardápio dessas mães, como a inclusão de frutas e a redução de carnes, para ter um salto na qualidade no leite oferecido ao filho e, consequentemente, um aumento na saúde dessa criança.
Lactantes podem tomar pílula Na fase da amamentação, a mãe deve usar um anticoncepcional que só tenha progesterona para não passar hormônio feminino para o bebê através do leite, é a chamada minipílula.
 Converse com seu ginecologista, que poderá indicar a melhor opção para você. Nesta fase existe o aumento da prolactina, que suspende a menstruação, mas lembre-se que o período ovulatório antecede a menstruação e, sem uma anticoncepção segura, você poderá engravidar mesmo amamentando e ainda sem voltar a menstruar. Dependendo do prazo que você pretende esperar para engravidar novamente, o implante de progesterona pode ser uma opção. Ele pode ser usado por período de seis meses ou até três anos, sem interferir na amamentação ou desmame (diminuição da amamentação).



 FONTE:http://delas.ig.com.br/filhos/2012-08-01/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-amamentacao.html