segunda-feira, 18 de julho de 2011

PERSONAL PEITO  
X  
 CONSULTORA EM AMAMENTAÇÃO

 Na 6a feira, dia 15 de julho, me deparei com uma médica que trazia ás mãos, um pequeno recorte de
 jornal com o seguinte texto:



O mais interessante, foi ver a reação da equipe médica diante de tal nota! Uma perplexidade, se assim posso dizer! Depois de todos os tipos de comentários sobre o "novo profissional", comentei que há 12 anos sou Consultora em Amamentação. Fez-se um  pequeno silêncio, que foi quebrado com o seguinte comentário: "Vamos abrir uma empresa de Personal Peito, pessoal? Vamos ganhar muito dinheiro!!"
A nota e os comentários, o nome dado ao profissional, me provocou um profundo mal estar, mas mais ainda, a forma como a noticia foi veiculada(senti um ar de  deboche.).
Personal pra mim, soa como aquele profissional que faz qualquer coisa que a pessoa não tem tempo de fazer.
Bom, se uma mãe solicita a presença de um profissional que trabalhe e entenda  sobre amamentação e se ela  não sabe( ou  muitas vezes, não quer ir) ,que gratuitamente existem bancos de leite humano, postos de saúde e maternidades disponiveis a atende-las,  ajudando-as a vencer as dificuldades na amamentação,
porque não, um Consultor para auxiliá-la?
Sempre que uma mãe ou familia me solicita atendimentos,  comento primeiramente sobre os Bancos de Leite Humano,  sobre os postos de sáude e também sobre Grupo de mães que atendem de forma voluntária e gratuita.  Aqui no Rio,por exemplo: Amigas do Peito( http://www.amigasdopeito.org.br/   e La Leche League, em  São Paulo -Matrice ( matrice.wordpress.com) , entre outros.
Quando a mãe solicita o atendimento, mesmo depois de ter recebido por mim outras opções(gratuitas!!!!) , me organizo com horário e dia ( pois tenho filhos e trabalhos), e me sinto , sim, com minha consciencia tranquila em acompanhar essa mãe e a cobrar por esse atendimento, porque estou dando um atendimento profissional ,com.atenção individualizada, na hora e no local que a mãe solicita.
Pesquisando sobre a matéria, me deparei com um comentário da psicóloga Bianca Balassiano que traduz o que penso:

"Caro colunista Joaquim Ferreira dos Santos,
A respeito da sua nota “Nova profissão” no Segundo Caderno de O Globo de hoje, 14 de julho de 2011, cabe informar que:
Apesar da tarefa de amamentar filhos existir há milênios, como colocado por você, não se trata de um sabedoria inata ao ser humano. As mulheres possuem o “equipamento” necessário e os bebês tem a capacidade de sugar, mas amamentar, como tantas coisas na vida desta dupla, é a resposta a um aprendizado que ocorre após o nascimento. Com o advento das fórmulas artificiais e o marketing agressivo da indústria alimentícia e farmacêutica, tivemos nada menos do que duas gerações de mulheres que criaram seus filhos sem a cultura da amamentação e, portanto, hoje sofremos as consequências. Jovens mães que pouco tiveram contato com a simples visão de um bebê sendo amamentado, tem dificuldades em exercer uma função que um dia foi considerada natural. Além disso, a grande proporção que tomaram as cirurgias de reconstrução mamária, bem como as cesáreas eletivas, trouxeram à tona um grande grupo de mulheres mais sucetíveis às dificuldades naturais dos primeiros dias de amamentação.

No Brasil, somos especificamente privilegiados pois contamos com uma rede de mais de 200 Bancos de leite Humano espalhados pelo país que, além de oferecer serviços às comunidades carentes, também oferecem – GRATUITAMENTE – orientação sobre amamentação à qualquer mulher que ali se dirige em busca do serviço, sem a necessidade de marcação de consulta prévia.
Ocorre que, existem famílias com maiores possibilidades financeiras que preferem receber este serviço no conforto de sua residência, nada mais justo levando-se em conta de que esta mulher muitas vezes acabou de passar por uma cirurgia de alto porte e tem em mãos um recém-nascido. Para isto, surgiu o serviço de atendimento à amamentação em domicílio, ironicamente chamado em sua nota de “Personal Peito”. Somos psicólogas, enfermeiras, fonoaudiólogas e pediatras que investimos nosso tempo e dinheiro em uma formação específica de manejo clínico de amamentação que pudesse trazer um suporte individual a um sofrimento tão comum e pouco falado na mídia: os problemas de início e manutenção da amamentação.
As campanhas do Ministério da Saúde apoiando a amamentação até os 2 anos de idade, cerceando o marketing agressivo das indústrias de alimentos e bicos artificiais, bem como o trabalho dos Hospitais Públicos Amigos da Criança são um benefício muito importante para o reestabelecimento da cultura da amamentação em nossa sociedade. Mas não podemos esquecer das classes mais favorecidas, estas que tem acesso fácil à mão de obra para ajudar com o bebê, podem pagar os preços pelas fórmulas mais caras e bicos importados, no entanto, estão em busca de apoio e informação para dar o melhor aos seus filhos: leite materno.
Atenciosamente,
Bianca Balassiano Najm
Psicóloga e Consultora em Amamentação"

FONTE: http://www.possoamamentar.com.br/