sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Amamentação e Volta ao Trabalho- Legislação



Essa questão do retorno ao trabalho e os direitos da mãe que amamenta, é algo que já preocupa antes mesmo do  filho nascer... Apesar de existirem campanhas que estimulem a amamentação, retornar ao trabalho com nosso bebê estando somente com 4 meses, é triste demais!
Geralmente os primeiros 2 meses, são de um eterno e importante acerto/aprendizado entre mãe e bebê . A mãe passa a relaxar mais, a entender os sinais do seu bebê depois desse tempo  e, de repente, tem que voltar ao trabalho... Aos 3 meses muitos pediatras já prescrevem papinhas e introdução de leite artificial e se esquecem (ou não se importam?) daquelas mães que amamentam e que gostariam de continuar amamentando..muitas mães inclusive , são desestimuladas a seguirem amamentando ( "ah,depois que o bebê comer outras coisas, o leite vai secar e nem será mais importante..) " ou  são desestimuladas a armazenar leite materno, porque o que mais ouvem, é que não conseguirão dar conta de tanta produção, são muitas mamadas!
Bom, eu posso dizer, por experiência pessoal , que amamentar e voltar ao trabalho, são plenamente compatíveis . Consegui amamentar exclusivamente meus 2 filhos até o 6o mes e eu só precisei  manter uma frequência de  ordenhas para estocar leite materno.
Como eu fiz?
Cedi a tentação do uso da bomba elétrica, porque, ficava muito nervosa, fazendo a ordenha manual  e acabava por não conseguir um bom volume de leite;
Quinze dias antes do meu retorno, passei a me ordenhar antes de cada mamada e após cada mamada (nos finais de semana, inclusive!) e estocava o leite materno no congelador.
Após o meu retorno, mantive a frequência de ordenhas inclusive no trabalho e já que não amamentava no trabalho, utilizei os 2 períodos que o artigo 396 (CLT), prevê. Houveram algumas situações em que pude negociar utilizando esse 2 períodos,chegando 1 hora mais tarde no trabalho, ou saindo 1 hora mais cedo, mas isso nem sempre dava certo,então preferi utilizar os 2 intervalos que a lei me proporcionava para amamentar, me ordenhando. Estocava meu leite na geladeira do trabalho e no final do expediente, armazenava os potes em bolsa térmica e ia direto para  a creche das crianças.
Apesar da correria e das ordenhas e da "falação" de tanta gente , amenizava ( e muito!) o meu coração, saber que meus filhos estavam se alimentando com o meu leite que continha não somente a nutrição ideal, mas todo o meu afeto !
Muitas perguntas são feitas sobre os direitos da mãe que amamenta então , resolvi postar um pouco sobre o que a  legislação brasileira oferece á família!

DIREITOS DA MULHER TRABALHORA


 Licença maternidade:
 O artigo 7º, inciso XVII da Constituição, garante a licença à gestante sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de 120 dias, tanto para a trabalhadora rural como para a urbana.
O artigo 10º das Disposições Transitórias veda a dispensa sem justa causa da empregada gestante desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
Esses benefícios podem ser estendidos em convenções coletivas (acordado entre sindicatos de empresa e empregados) ou ainda de acordo com os estatutos da administração direta ou indireta.

A lei nº 11.770, de 2008, ampliou a licença maternidade para seis meses, de forma facultativa, tanto para as trabalhadoras da esfera privada quanto para as da esfera pública.

O artigo 392 da CLT em seu parágrafo 2º prevê:
“Em casos excepcionais, os períodos antes e depois do parto poderão ser aumentados de mais 2 (duas) semanas cada um, mediante atestado médico na forma do Art.375, o qual deverá ser visado pela empresa. (…)
Parágrafo 3º: Em caso de parto antecipado, a mulher terá sempre direito às 12 (doze) semanas previstas neste artigo.

Amamentação e Volta ao Trabalho
 O art. 396 da CLT prevê:
“Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um, que não se confundirão com os intervalos normais para seu repouso e alimentação.
Parágrafo Único: “Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério de autoridade competente.”

Amamentação e Adoção

Em relação a licença maternidade  para mães adotivas ou às mulheres que detêm a guarda judicial de crianças com até um ano de idade é de 120 dias .

 Licença Paternidade
 Os pais têm direito a 5 (cinco) dias corridos de licença, a contar do dia do nascimento do filho.


É BOM SABER.....

Ampliação da Licença Maternidade e  Empresa Cidadã

A pessoa jurídica poderá aderir ao Programa Empresa Cidadã mediante Requerimento de Adesão formulado em nome do estabelecimento matriz, pelo responsável perante o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), a partir de 25/01/2010, conforme regras estabelecidas na IN RFB nº 991/2010.
O Requerimento de Adesão deverá ser formulado exclusivamente no sítio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) na Internet, a partir de 25 de janeiro de 2010.  O acesso ao endereço eletrônico dar-se-á por meio de código de acesso, a ser obtido no sítio da RFB, ou mediante certificado digital válido.
Será beneficiada pelo Programa Empresa Cidadã, instituído pelo Decreto nº 7.052, de 23 de dezembro de 2009, a empregada da pessoa jurídica que aderir ao Programa, desde que a empregada requeira a prorrogação do salário-maternidade até o final do primeiro mês após o parto. A solicitação da empregada é feita junto à empresa, de acordo com as regras do Decreto nº 7.052/2009.
               
AMPLIAÇÃO DA LICENÇA MATERNIDADE NO BRASIL

Art. 1o É instituído o Programa Empresa Cidadã, destinado a prorrogar por 60 (sessenta) dias a duração da licença-maternidade prevista no inciso XVIII do caput do art. 7o da Constituição Federal.
§ 1o A prorrogação será garantida à empregada da pessoa jurídica que aderir ao Programa, desde que a empregada a requeira até o final do primeiro mês após o parto, e concedida imediatamente após a fruição da licença-maternidade de que trata o inciso XVIII do caput do art. 7º da Constituição Federal.
  2o A prorrogação será garantida, na mesma proporção, também à empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança.
Art. 2o É a administração pública, direta, indireta e fundacional, autorizada a instituir programa que garanta prorrogação da licença-maternidade para suas servidoras, nos termos do que prevê o art. 1o desta Lei.
Art. 3o Durante o período de prorrogação da licença-maternidade, a empregada terá direito à sua remuneração integral, nos mesmos moldes devidos no período de percepção do salário-maternidade pago pelo regime geral de previdência social.
Art. 4o No período de prorrogação da licença-maternidade de que trata esta Lei, a empregada não poderá exercer qualquer atividade remunerada e a criança não poderá ser mantida em creche ou organização similar.
Parágrafo único. Em caso de descumprimento do disposto no caput deste artigo, a empregada perderá o direito à prorrogação.
Art. 5o A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá deduzir do imposto devido, em cada período de apuração, o total da remuneração integral da empregada pago nos 60 (sessenta) dias de prorrogação de sua licença-maternidade, vedada a dedução como despesa operacional.
Art. 7o O Poder Executivo, com vistas no cumprimento do disposto no inciso II do caput do art. 5o e nos arts. 12 e 14 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, estimará o montante da renúncia fiscal decorrente do disposto nesta Lei e o incluirá no demonstrativo a que se refere o § 6º do art. 165 da Constituição Federal, que acompanhará o projeto de lei orçamentária cuja apresentação se der após decorridos 60 (sessenta) dias da publicação desta Lei.
Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do exercício subsequente àquele em que for implementado o disposto no seu art. 7o.


























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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pílula e Amamentação

Assunto pra lá de importante: anti concepção



Embora muitas mães não acreditem , a amamentação também é um método anticoncepcional e pode evitar uma nova gestação,objetivando um planejamento familiar.
É o que chamamos de Método da Amenorréia Lactacional ou LAM.
A sucção do bebê no peito, faz com que ocorra a suspensão da ovulação e como consequência disso,  a amenorréia e essa ausência da menstruação, é um dos critérios para que o método seja eficaz!
Como se beneficiar deste método? Existem algumas condições:
 A mãe precisa :
*Amamentar exclusivamente ( com freqüência, sem horários rígidos, em livre demanda, sem oferecimento de água ,chás ou leites artificiais...) ;
*Não estar menstruando
O bebê precisa:
*Ter menos de 6 meses de idade.

Caso uma dessas condições nao ocorra, então é recomendado o uso de outro método anticoncepcional ,sem interferências na amamentação, como por exemplo, métodos não hormonais – DIU, camisinha, vasectomia, diafragma., mini-pílulas.
As pílulas combinadas-compostas por dois hormônios, em geral, NÃO podem ser utilizadas na amamentação , mas as pílulas somente de progesterona podem ser usadas.
Se a mãe escolher  o LAM ,precisa  ser acompanhada por um profissional de saúde que transmita confiança, que acredite no método e que a escute com interesse e preocupação. É preciso que a nutriz tenha acesso fácil a este profissional, se sinta à vontade para fazer perguntas, tirar suas dúvidas e encontrar nele um bom apoiador da amamentação.

• Na amamentação NUNCA use medicamentos sem autorização do seu médico.





Referências:
site : Aleitamento.com
livros:"Manejo Clínico da Lactação”  Ed. Revinter, 1996.
          "Amamentação – Bases Científicas” Ed. GEN, Rio de Janeiro, 2005.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Continuar amamentando após 2 anos ou mais ou Desmamar?



"O homem é o único mamífero em que o desmame (aqui definido como a cessação do aleitamento materno) não é primariamente determinado por fatores genéticos e instinto, sendo fortemente influenciado por fatores socioculturais. Hoje, ao contrário do que ocorreu por pelo menos dois milhões de anos, ao longo da evolução da espécie humana, a mulher opta (ou não) pela amamentação e, influenciada por múltiplos fatores, decide por quanto tempo vai (ou pode) amamentar. Muitas vezes, as preferências culturais (não amamentação, introdução precoce de outros alimentos na dieta da criança, amamentação de curta duração) entram em conflito com a expectativa da espécie. Algumas conseqüências dessa divergência já puderam ser observadas, como desnutrição e alta mortalidade infantis, sobretudo em áreas menos desenvolvidas. Porém, as conseqüências a longo prazo ainda não são totalmente conhecidas, já que transformações genéticas não ocorrem com a rapidez com que podem ocorrer mudanças de hábitos. Começam a ser mostradas evidências de que o não amamentar segundo as expectativas da espécie pode ter repercussões negativas ao longo da vida dos indivíduos. Assim, a não amamentação ou amamentação sub-ótima pode favorecer o aparecimento de doenças alérgicas, diversas doenças do sistema imunológico, alguns tipos de cânceres, obesidade, diabete e doenças cardiovasculares, além de interferir negativamente no desenvolvimento oro-facial. Provavelmente, com o aparecimento de novas pesquisas nessa área, outros males serão relacionados com os hábitos “modernos” de alimentação infantil, mas alguns aspectos dificilmente podem ser quantificados, especialmente os relacionados com a psique humana.
Atualmente, em especial nas sociedades ocidentais, a amamentação é vista primordialmente como uma forma de alimentar a criança, sob o controle total dos adultos. Assim, perdeu-se a percepção da amamentação como um processo mais amplo, complexo, envolvendo intimamente duas pessoas e com repercussão na saúde física e no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, além de repercussões para a saúde física e psíquica da mãe. Hoje, em muitas culturas “modernas”, a amamentação prolongada (cujo conceito varia de acordo com a “convenção” da época e do local) freqüentemente é vista como um distúrbio inter-relacional entre mãe e bebê. Perdeu-se a noção de que o desmame não é um evento e sim um processo, que faz parte da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança, assim como sentar, andar, correr, falar. Nesta lógica, assim como nenhuma criança começa a andar antes de estar pronta, nenhuma criança deveria ser desmamada antes de atingir a maturidade para tal. Em harmonia com esta linha de pensamento, Dr. William Sears, um antigo pediatra, recomendava “Não limite a duração da amamentação a um período pré-determinado. Siga os sinais do bebê. A vida é uma série de desmames, do útero, do seio, de casa para a escola, da escola para o trabalho. Quando uma criança é forçada a entrar em um estágio antes de estar pronta, corre o risco de afetar o seu desenvolvimento emocional”. Essas palavras sábias podem ter pouco respaldo em sociedades individualistas, que tendem a acelerar o processo de independização do ser humano, substituindo o seio por métodos de auto-consolo como chupetas, paninhos, mantinhas, ursinhos, etc.
Segundo diversas teorias, o período natural de amamentação para a espécie humana seria de 2,5 a sete anos. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde recomenda aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses. Apesar dessa recomendação, muito poucas mulheres no Brasil amamentam por mais de dois anos. As razões para a não amamentação prolongada variam desde dificuldade em conciliar a amamentação com outras atividades, até crença de que aleitamento materno além do primeiro ano é danoso para a criança sob o ponto de vista psicológico. Uma parcela de mães, apesar de demonstrar desejo em continuar a amamentação, sente-se pressionada a desmamar por profissionais de saúde, seus maridos, parentes, vizinhos e amigos. Pois, para a manutenção do paradigma que sustenta a afirmação de que amamentação prolongada não é natural, foi necessário criar vários mitos tais como o de que uma criança jamais desmama por si própria, que a amamentação prolongada é um sinal de problema sexual ou necessidade materna e não da criança e que a criança que mama fica muito dependente. Algumas mães, de fato, desmamam para promover a independência da criança. No entanto, é importante lembrar que o desmame provavelmente não vai mudar a personalidade da criança. Além disso, o desmame forçado pode gerar insegurança na criança, o que dificulta o processo de independização.
O desmame pode ser agrupado em quatro categorias básicas: abrupto, planejado ou gradual, parcial e natural. Sob a ótica de que o desmame é um processo de desenvolvimento da criança, parece razoável afirmar que o ideal seria que ele ocorresse naturalmente, na medida em que a criança vai adquirindo competências para tal. No desmame natural a criança se auto-desmama, o que pode ocorrer em diferentes idades, em média entre dois e quatro anos e raramente antes de um ano. Costuma ser gradual, mas às vezes pode ser súbito, como por exemplo em uma nova gravidez da mãe (a criança pode estranhar o gosto do leite, que se altera, e o volume, que diminui). A mãe também participa ativamente no processo, sugerindo passos quando a criança estiver pronta para aceitá-los e impondo limites adequados à idade.
 O Quadro 1 apresenta os sinais indicativos de que criança pode estar pronta para iniciar o desmame:
Quadro 1. Sinais sugestivos de que a criança está madura para o desmame
• Idade maior que um ano  • Menos interesse nas mamadas  • Aceita variedade de outros alimentos
• É segura na sua relação com a mãe  • Aceita outras formas de consolo  • Aceita não ser amamentada em certas ocasiões e locais  • Às vezes dorme sem mamar no peito  • Mostra pouca ansiedade quando encorajada a não amamentar   • Às vezes prefere brincar ou fazer outra atividade com a mãe ao invés de mamar
É importante que a mãe não confunda o auto-desmame natural com a chamada “greve de amamentação” do bebê. Esta ocorre principalmente em crianças menores de um ano, é de início súbito e inesperado, a criança parece insatisfeita e em geral é possível identificar uma causa: doença, dentição, diminuição do volume ou sabor do leite, estresse e excesso de mamadeira ou chupeta. Essa condição usualmente não dura mais que 2-4 dias.

Algumas vantagens do desmame natural encontram-se no Quadro 2:
Quadro 2. Vantagens do desmame natural
• Transição tranqüila, menos estressante para a mãe e a criança
• Preenche as necessidades da criança até elas estarem maduras para o desmame
• Fortalece a relação mãe-filho
• Ajuda a mãe a ser menos ansiosa com relação aos estágios de desenvolvimento de seu filho

O desmame abrupto é desencorajado, pois se a criança não está pronta, ela pode se sentir rejeitada pela mãe, gerando insegurança e muitas vezes rebeldia. Na mãe, o desmame abrupto pode precipitar ingurgitamento mamário, bloqueio de ducto lactífero e mastite, além de tristeza ou depressão, por luto pela perda da amamentação ou por mudanças hormonais.

Muitas vezes a mulher se depara com a situação de querer ou ter que desmamar antes de a criança estar pronta. Nesses casos, o profissional de saúde, em especial o pediatra, deve respeitar o desejo da mãe e ajudá-la nesse processo.
 O quadro 3 apresenta os fatores que facilitam o encorajamento do bebê para o desmame.
Quadro 3. Encorajando o bebê a desmamar: facilitadores
• Mãe segura de que quer (ou deve) desmamar
• Entendimento da mãe de que o processo pode ser lento e demandar energia, tanto maior quanto menos pronta estiver a criança
• Flexibilidade, pois o curso é imprevisível
• Paciência (dar tempo à criança) e compreensão
• Suporte e atenção adicionais à criança – mãe não deve se afastar neste período
• Ausência de outras mudanças ocorrendo: Ex.: controle dos esficteres
• Sempre que possível, desmame gradual, retirando uma mamada do dia a cada 1-2 semanas.

A técnica utilizada para fazer a criança desmamar varia de acordo com a idade da mesma. Se a criança for maior, o desmame pode ser planejado com ela. Pode-se propor uma data, oferecer uma recompensa e até mesmo uma festa. A mãe pode começar não oferecendo o seio, mas também não recusando. Pode também encurtar as mamadas e adiá-las. Mamadas podem ser suprimidas distraindo a criança com brincadeiras, chamando amiguinhos, entretendo a criança com algo que lhe prenda a atenção. A participação do pai no processo, sempre que possível, é importante. A mãe pode também evitar certas atitudes que estimulam a criança a mamar, por exemplo, não sentar na poltrona em que costuma amamentar.

Algumas vezes, o desmame forçado gera tanta ansiedade na mãe e no bebê, que é preferível adiar um pouco mais o processo, se possível. A mãe pode, também, optar por restringir as mamadas a certos horários e locais.
As mulheres devem estar preparadas para as mudanças físicas e emocionais que o desmame pode desencadear, tais como: mudança de tamanho das mamas, mudança de peso e sentimentos diversos tais como alívio, paz, tristeza, depressão, culpa e arrependimento.

Já se avançou muito na valorização do aleitamento materno nos últimos tempos. A recomendação da duração da amamentação passou de 10 meses na década de 30 para dois anos ou mais nos dias de hoje. Atualmente, fala-se em desmame natural como a forma ideal de desmame, sem especificar uma idade mínima ou máxima para que esse processo ocorra. Apesar desse avanço ainda estamos longe de encararmos o desmame como um marco do desenvolvimento da criança. Para chegarmos a este estágio, faz-se necessário entender e enfrentar as circunstâncias que, segundo Souza e Almeida, “ultrapassam a natureza e desafiam a cultura e a sociedade”.

Elsa Regina Justo Giugliani 
(Pediatra, professora da Faculdade de Medicina da UFRGS, presidente do Departamento de Aleitamento Materno da SBP, Especialista em Aleitamento Materno pelo IBLCE (International Board of Lactation Consultant Examiners)

fonte: SBP- http://www.sbp.com.br/show_item2.cfm?id_categoria=21&id_detalhe=1845&tipo_detalhe=s






MADRINHA DA SEMANA MUNDIAL DE ALEITAMENTO MATERNO 2011

 


                                            Juliana Paes, madrinha da SMAM no Brasil

“Amamentar faz bem para o bebê e para você. Informe-se, prepare-se, torne essa experiência completa”. Esse é o recado da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e do Ministério da Saúde (MS) para as mães na 20ª Semana Mundial da Amamentação (SMAM), a ser comemorada de 1 a 7 de agosto, com a participação de Juliana Paes como madrinha, e de seu filho Pedro.




A campanha desse ano será lançada em evento no dia 01 de agosto, às 9h, nos jardins do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. A partir daí, milhares de cartazes e folhetos serão distribuídos pelas Sociedades de Pediatria dos estados e do Distrito Federal, pelas Secretarias estaduais e municipais de Saúde, por inúmeras ONGs e instituições diversas. Também foram produzidos um filme para a televisão, outro para internet e um spot para rádio, que serão disponibilizados para as emissoras que quiserem participar, veiculando gratuitamente a mensagem: “Seja um amigo do peito. Informe-se e apóie a mãe que amamenta”.


A SMAM é uma estratégia idealizada pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (Waba) com objetivo de divulgar as vantagens da amamentação e ocorre em cerca de 150 países. Esse ano, a ideia é chamar a atenção para a importância do apoio à mulher, para que a amamentação seja vivida em todas as dimensões – física, psicológica e também cultural e social, tornando a experiência completa. A amamentação faz bem para a saúde do bebê, que recebe proteção contra diarreia, infecções, alergias, colesterol alto, diabetes e obesidade. Traz vantagens também para a mãe, diminuindo o sangramento pós-parto e as chances de que tenha anemia, câncer de mama e de ovário, diabetes e infarto cardíaco. Além disso, dr. Eduardo Vaz, presidente da SBP, lembra que é também “o melhor começo para a criação de um forte vínculo afetivo entre mãe e filho, que será a base dos cuidados da família com a criança”.

Dra. Rachel Niskier, coordenadora de campanhas da Sociedade, salienta que o apoio do pai da criança, assim como dos demais membros da família pode vir, por exemplo, “quando assumem as tarefas domésticas, liberando a mulher para amamentar”. Os “chefes”, sejam eles empresários ou gestores do sistema público, “podem fazer com que a instituição garanta seis meses de licença-maternidade e ainda, Salas de Apoio à Amamentação para a volta ao trabalho”.

Comunicação e mitos – Presidente do Departamento de Aleitamento Materno da SBP, dr. Luciano Borges Santiago, ressalta também a importância da moderna comunicação, com a internet, os blogs, e considera que “o balanço da divulgação é positivo e a maioria das mulheres têm intenção de amamentar. Por isso mesmo, quando começam as dúvidas, a ansiedade, os medos, é fundamental que as mães recebam apoio e informações corretas: “Muitas ainda pensam que seu leite é fraco. Mas, na verdade, os bebês costumam perder peso nos primeiros dias porque, entre outros fatores, estão aprendendo a mamar corretamente e desinchando. Algumas estranham também a mudança de cor, do colostro, mais amarelado, para o leite branco, que muitas pensam ser ralo. Além disso, há toda uma adaptação do bebê à vida fora do corpo da mãe. É exercitando a musculatura orofacial, por exemplo, que vai melhorando a pega, ou a maneira de abocanhar o seio. É importante que a mãe evite, por exemplo, oferecer outro alimento e mamadeira, que podem fazer com que o bebê não tenha fome suficiente para mamar – e é exatamente a sucção que induz a produção de mais leite –, e sofra com a confusão de bicos”.

A recomendação da Sociedade, do MS e da OMS é que as crianças sejam amamentadas até dois anos ou mais com a adição de outros alimentos saudáveis e que nos primeiros seis meses recebam apenas o leite materno, sem necessidade de água, chás ou sucos.
Juliana Paes e Pedro

Pedro nasceu em dezembro e Juliana Paes acaba de retornar ao trabalho, depois de seis meses de licença-maternidade. Sua intenção é continuar amamentando até os dois anos. Veja, a seguir, seu depoimento:

“Sempre quis muito amamentar. Quando você está grávida, todo mundo fica com vontade de te contar uma história. Às vezes são histórias bacanas e em outras não. Tenho amigas que tiveram dificuldades. Pensei que comigo não seria assim. Quando fiquei grávida, assisti palestras, me cerquei de muita informação. Fui vendo a amplitude do aleitamento materno. Aprendi a importância da pega do bebê, ou seja, o jeito como o bebê, desde o primeiro momento, iria pegar o mamilo. Porque muitos sangramentos, rachaduras são devidos isso. Bebê aprende muito rápido e ele deveria mamar com a boquinha bem abertinha, a barriguinha voltada para mim.
Então você dá a luz, mas a ficha não cai no momento. De repente, vem a enfermeira com o menininho e diz “Toma. É seu.”. Bom, agora vamos botar em prática tudo o que se aprendeu. Então eu tirei tomo mundo do quarto. Até minha mãe, sou a mais velha de quatro irmãos. Mas eu queria ter a minha experiência. Aí fiz tudo direitinho. No início, colocava o meu dedo para abrir mais os lábios dele. Quando a enfermeira chegou para me dar as instruções, já falou “ué, já mamou?! Não teve problema, não doeu?”. Eu disse que não. Pedro mamou bastante e não tive qualquer problema. E isso só aumenta minha vontade fazer essa campanha. Quanto mais as pessoas se informarem e ficarem com vontade de amamentar, melhor será. É tão bom amamentar, quando seu filho fica satisfeito, olha para você e dá aquele suspiro, aquele sorriso, você se sente a mulher mais poderosa do mundo!”


FONTE: SBP NOTÍCIAS- 29 de julho de 2011
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segunda-feira, 18 de julho de 2011

PERSONAL PEITO  
X  
 CONSULTORA EM AMAMENTAÇÃO

 Na 6a feira, dia 15 de julho, me deparei com uma médica que trazia ás mãos, um pequeno recorte de
 jornal com o seguinte texto:



O mais interessante, foi ver a reação da equipe médica diante de tal nota! Uma perplexidade, se assim posso dizer! Depois de todos os tipos de comentários sobre o "novo profissional", comentei que há 12 anos sou Consultora em Amamentação. Fez-se um  pequeno silêncio, que foi quebrado com o seguinte comentário: "Vamos abrir uma empresa de Personal Peito, pessoal? Vamos ganhar muito dinheiro!!"
A nota e os comentários, o nome dado ao profissional, me provocou um profundo mal estar, mas mais ainda, a forma como a noticia foi veiculada(senti um ar de  deboche.).
Personal pra mim, soa como aquele profissional que faz qualquer coisa que a pessoa não tem tempo de fazer.
Bom, se uma mãe solicita a presença de um profissional que trabalhe e entenda  sobre amamentação e se ela  não sabe( ou  muitas vezes, não quer ir) ,que gratuitamente existem bancos de leite humano, postos de saúde e maternidades disponiveis a atende-las,  ajudando-as a vencer as dificuldades na amamentação,
porque não, um Consultor para auxiliá-la?
Sempre que uma mãe ou familia me solicita atendimentos,  comento primeiramente sobre os Bancos de Leite Humano,  sobre os postos de sáude e também sobre Grupo de mães que atendem de forma voluntária e gratuita.  Aqui no Rio,por exemplo: Amigas do Peito( http://www.amigasdopeito.org.br/   e La Leche League, em  São Paulo -Matrice ( matrice.wordpress.com) , entre outros.
Quando a mãe solicita o atendimento, mesmo depois de ter recebido por mim outras opções(gratuitas!!!!) , me organizo com horário e dia ( pois tenho filhos e trabalhos), e me sinto , sim, com minha consciencia tranquila em acompanhar essa mãe e a cobrar por esse atendimento, porque estou dando um atendimento profissional ,com.atenção individualizada, na hora e no local que a mãe solicita.
Pesquisando sobre a matéria, me deparei com um comentário da psicóloga Bianca Balassiano que traduz o que penso:

"Caro colunista Joaquim Ferreira dos Santos,
A respeito da sua nota “Nova profissão” no Segundo Caderno de O Globo de hoje, 14 de julho de 2011, cabe informar que:
Apesar da tarefa de amamentar filhos existir há milênios, como colocado por você, não se trata de um sabedoria inata ao ser humano. As mulheres possuem o “equipamento” necessário e os bebês tem a capacidade de sugar, mas amamentar, como tantas coisas na vida desta dupla, é a resposta a um aprendizado que ocorre após o nascimento. Com o advento das fórmulas artificiais e o marketing agressivo da indústria alimentícia e farmacêutica, tivemos nada menos do que duas gerações de mulheres que criaram seus filhos sem a cultura da amamentação e, portanto, hoje sofremos as consequências. Jovens mães que pouco tiveram contato com a simples visão de um bebê sendo amamentado, tem dificuldades em exercer uma função que um dia foi considerada natural. Além disso, a grande proporção que tomaram as cirurgias de reconstrução mamária, bem como as cesáreas eletivas, trouxeram à tona um grande grupo de mulheres mais sucetíveis às dificuldades naturais dos primeiros dias de amamentação.

No Brasil, somos especificamente privilegiados pois contamos com uma rede de mais de 200 Bancos de leite Humano espalhados pelo país que, além de oferecer serviços às comunidades carentes, também oferecem – GRATUITAMENTE – orientação sobre amamentação à qualquer mulher que ali se dirige em busca do serviço, sem a necessidade de marcação de consulta prévia.
Ocorre que, existem famílias com maiores possibilidades financeiras que preferem receber este serviço no conforto de sua residência, nada mais justo levando-se em conta de que esta mulher muitas vezes acabou de passar por uma cirurgia de alto porte e tem em mãos um recém-nascido. Para isto, surgiu o serviço de atendimento à amamentação em domicílio, ironicamente chamado em sua nota de “Personal Peito”. Somos psicólogas, enfermeiras, fonoaudiólogas e pediatras que investimos nosso tempo e dinheiro em uma formação específica de manejo clínico de amamentação que pudesse trazer um suporte individual a um sofrimento tão comum e pouco falado na mídia: os problemas de início e manutenção da amamentação.
As campanhas do Ministério da Saúde apoiando a amamentação até os 2 anos de idade, cerceando o marketing agressivo das indústrias de alimentos e bicos artificiais, bem como o trabalho dos Hospitais Públicos Amigos da Criança são um benefício muito importante para o reestabelecimento da cultura da amamentação em nossa sociedade. Mas não podemos esquecer das classes mais favorecidas, estas que tem acesso fácil à mão de obra para ajudar com o bebê, podem pagar os preços pelas fórmulas mais caras e bicos importados, no entanto, estão em busca de apoio e informação para dar o melhor aos seus filhos: leite materno.
Atenciosamente,
Bianca Balassiano Najm
Psicóloga e Consultora em Amamentação"

FONTE: http://www.possoamamentar.com.br/




sexta-feira, 24 de junho de 2011

PICOS DE CRESCIMENTO E PICOS DE DESENVOLVIMENTO

A 1ª vez que escutei falar sobre pico de crescimento , foi no livro Manejo Clínico da Lactação. Valdés, Sánchez e Labbok (Traduzido por Marcus Renato de Carvalho). Editora Revinter, 1996.
O nome dado não era pico de crescimento, era” crise transitória da lactação ” e esse período crítico , retrata a o fenômeno do estirão de crescimento. É um fenômeno frequente que pode se repetir 2 ou 3 vezes durante a amamentação e é bem pouco conhecido pelas mães. ( quando tive meu 1º filho, desconhecia totalmente sobre isso e a pediatra também!) Somente 4 anos depois de meu filho nascido, é que fui tomar conhecimento sobre essa crise!
O que o livro dizia é que esse era um período crítico da amamentação e os sinais dessa crise eram a mudança no comportamento do bebê na produção de leite materno . O bebê que já fazia intervalos regulares entre as mamadas de um dia para o outro, solicita mamadas frequentes, pode não descansar entre uma mamada e outra, pode também dormir nas mamadas. A mãe observa suas mamas mais moles, vazias e fica com a falsa impressão de que seu leite não está mais sustentando seu bebê (porque deseja mamar a toda hora). Isso ocorre por conta de um súbito crescimento do bebê que necessita do aumento na produção do leite materno.
Somado a esse quadro, vem muitas vezes, vários sentimentos/sensações na mãe: o cansaço, a descrença da sua capacidade de produção, o medo da perda de peso do bebê e muitas vezes, nesse turbilhao de mudanças e sentimentos, se mãe deixar de receber orientações adequadas, pode haver a introdução de leite artificial na mamadeira que muitas vezes, é a gota d’agua pra um desmame precoce, porque o bebê percebe as formas diferentes de sucção entre peito e mamadeira e pode acabar preferindo a forma mais rápida e fácil!
Essas crises são superadas quando a mãe é apoiada, encorajada a continuar amamentando- acreditando no seu potencial de nutrir seu bebê, além disso, se ela receber a orientação sobre os momentos que essa crise pode aparecer e o que fazer para resolver, para que haja menos interrupção da amamentação exclusiva, ela conseguirá passar por essas fases com mais segurança e confiança!.

Pesquisando imagens na Internet sobre o assunto,encontrei esses 2 gráficos muito bem explicados de 2 mães: Andréia Mortensen e Anna Arena. Agradeço á elas a permissão da utilização das imagens:









 

segunda-feira, 13 de junho de 2011


Breast is Best

fonte: http://mamaraopeito.blogspot.com/2009/04/breast-is-best.html


"É difícil amamentar. Embora seja um processo natural. Embora pareça fácil. Embora ames o teu filho mais que tudo no mundo.
O que temos de saber é: queremos ou não amamentar?
Se queremos a regra numero um é fazer ouvidos moucos aos comentários das mães, sogras, amigas... Segue o teu coração.
Segue o que sabes é melhor para ti e para o bebé.
Perguntas-me como fazer para ter mais leite.
 Nada. Não faças nada. Deixa que o bebé quando tem fome pede. E tu dás. Não esperes não sei quantas horas.
 A OMS saúde diz que o teu bebé deve mamar quando tem fome.
Tu comes quando tens fome. A tua mãe, sogra, marido e amigas todas, não ficam á espera da hora em que a enfermeira te mandou comer. Vais comer uma sandes, uma peça de fruta.
 Se tens sede? Não vais beber um copo de água?
Truques para ter leite bom: comer bem. Hidratos de carbono. Massa e pão e cereias. Comer alimentos variados e saudáveis. Apetece-te um doce, come. Apetece-te uma laranja? Come! Não é preciso beber água demais!
Truques para ter mais leite: estás muito cansada? Descansa.
 Truques para ter leite: não dar mais nada. O teu corpo produz leite. O leite não se acaba.
Quando o bebé mama, o teu peito enche novamente. Quanto mais mama mais leite tens.
 Consegues fazê-lo. Se quiseres, consegues. Porquê? Porque fazemos isto há milhares de anos. Porque o nosso leite é tão bom, que alguém se lembrou de fazer uma imitação rasca e chamá-la suplemento, que é caro, e que nós vamos comprar para dar um a fingir, quando temos o original, de graça, já aquecido e prontinho...
 Somos capazes.
Mães famintas, subnutridas em países cheios de dificuldades e fome a sério dão do seu leite aos seus filhos e eles crescem e o leite delas cresce dentro delas.
Elas são capazes. E tu tens de dizer que também és.
Tens de acreditar nisso.
Tens de ser mãe e deixar que os outros todos te façam pensar ou sentir que és menos mãe.
Tu és a mãe.
E dás leite.
 Leite bom.
 Leite que chegue.
Acreditas? Eu acredito."
E posso dizer, eu ,Claudia, também acredito. Assim como acreditei em mim,quando alguns duvidaram!!
Lindo texto! Espero que ele possa inspirar,estimular e fazer muitas mães acreditarem nas suas possibilidades!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Depoimento

AMAMENTAÇÃO E EMPODERAMENTO
Depoimento  da mãe  Clarissa Moraes de Sousa Bottari



O Pietro nasceu de uma cesárea não desejada. Mas isso é uma outra história. A questão é que isso para mim foi um dos fatores que interferiu negativamente no começo da amamentação. Antes de ele nascer eu cheguei a ir a uma reunião das Amigas do Peito, pois apesar de trabalhar na área de saúde nunca achei que comigo as coisas seriam mais fáceis, pelo contrário, pensava até que poderiam ser mais difíceis. E foram bem difíceis... O Pietro nasceu às 21h31 e só veio ficar comigo depois da meia noite. Quando ele chegou a primeira coisa que fiz foi colocá-lo para mamar. Eu ali, sem jeito, movimentos limitados porque ainda estava anestesiada, coloquei meu filho para mamar da melhor forma que consegui. E ao invés de ser apoiada ouvi da técnica de enfermagem que me assistia que ele estava com ‘a pega errada’. A ajuda dela limitou-se a enfiar mais o meu peito na boca do meu filho. Ela saiu do quarto e a impressão que meu marido teve e me disse depois é que ela estava com muita má vontade para ajudar. Após uma madrugada inteira tentando amamentar como conseguia meus mamilos estavam doloridos, vermelhos. Nessa tal maternidade, referência na rede privada aqui no Rio de Janeiro, existe um Grupo de Amamentação. A minha obstetra pediu para a enfermeira desse grupo conversar comigo. Estranhei as orientações, pois depois de muito me informar e até questioná-la sabia que algumas coisas não eram recomendadas, como fazer aquela mão em tesoura para dar o peito para o bebê. Mas na minha inexperiência, querendo tentar fazer a tal ‘pega correta’ e diminuir a dor que já era bastante incômoda, eu fiz o que ela falou. E não adiantou, ele continuava com a ‘pega’ errada, a amamentação era com dor, eu fui para casa numa sexta e passei o fim de semana com dor. Nesse período meus mamilos ficaram bastante machucados. Somente na segunda eu falei com a minha obstetra e busquei ajuda com uma pessoa que ela me indicou. Essa pessoa me orientou buscar um Banco de Leite, e no dia seguinte eu fui. Esse Banco de Leite era de um hospital municipal e eu passei a manhã lá, até aprender a dar o peito para meu filho. A mídia, a população, todos criticam o SUS, mas foi lá que eu encontrei a orientação e o cuidado que as pessoas da rede privada não tiveram competência para me dar. Daí em diante segui todas as orientações para cuidar dos mamilos feridos, mas cada mamada era uma dor, um sacrifício, uma angústia. As semanas se passavam e a dor permanecia, a cicatrização demorava. Eu chorava e me sentia a pior das mães. Me perguntava por que aquilo tudo comigo, quando eu teria prazer em amamentar. Culpava a cesárea, culpava a maternidade onde ele nasceu... O apoio do meu marido foi fundamental. Ele sempre me incentivou, apesar do sofrimento. Colocava música para eu relaxar nos momentos em que ia amamentar, ficava com o Pietro para eu poder descansar. . Apesar daquilo tudo não entrava na minha cabeça dar outro leite que não fosse o meu, e eu lutava contra toda aquela dor. Escrevi para as Amigas e fui na reunião de Botafogo. Foi o apoio que eu precisava, a Karina me ensinou uma posição para amamentar que causava menos dor. Quando o Pietro completou 1 mês, as feridas cicatrizaram. Ainda sentia um desconforto no mamilo direito, mas com o tempo isso passou. Só que aí veio a segunda prova de fogo: Pietro ganhou pouco peso. Na verdade, eu já estava achando que isso estava acontecendo porque percebi que ele cresceu, mas não percebia acumular gordura. O momento em que eu vi na balança que ele ganhou pouco foi muito, muito difícil. Na mesma hora pensei “meu Deus, agora vai ter que complementar!”. Ao menos o pediatra demonstrou flexibilidade, ele deu 15 dias para observarmos o ganho de peso dele e disse que achava que o que aconteceu foi um problema de ajuste no início da amamentação. Eu fiquei desolada, só pensava o quanto dar outro leite, coisa que para mim era inadmissível, iria atrapalhar a amamentação. Fiquei paranóica. Na primeira semana o pesei umas três vezes. E ao final de 7 dias ele só tinha ganho 30g. Procurei novamente a mesma pessoa que me indicou o Banco de Leite, fui na reunião das Amigas na Tijuca. Felizmente o problema era mesmo de adaptação: como muitos recém nascidos o Pietro dormia demais e mamava de menos. Tive que ter muita paciência com ele, ficava bastante tempo com ele no peito, acordava, trocava a fralda, tirava a roupa, tentava fazer ele ficar desperto. Comecei a complementar com meu próprio leite, a nutricionista que me ajudou em todo esse processo me ensinou a tirar o meu leite no final da mamada, porque o Pietro não chegava a deixar meu peito mais vazio depois que mamava. Aí eu oferecia esse leite com a técnica de relactação, quando não dava para ordenhar depois eu tirava o leite antes, foi uma dica para facilitar o ganho de peso que a Maria Lúcia e a Rose me deram. Fiz isso por uns 20 dias, voltei ao pediatra e o Pietro ganhou quase 1kg! Quando ele completou 2 meses começou a ficar esperto, dormir menos e mamar mais, e daí para frente continuou ganhando bastante peso. Tenho muito orgulho de dizer que nunca dei outro leite para ele que não fosse o meu. Até 6 meses ele era mais magro do que os outros bebês. As pessoas achavam que ele era mais novo, davam menos tempo de vida para ele. Acho que isso é muito difícil para uma mãe, essas comparações com outros bebês, mas eu aprendi que meu filho é único e isso foi bom para mim, porque até hoje eu procuro não comparar ele com outras crianças. Nesse primeiro ano de vida dele participei de muitas reuniões das Amigas do Peito e isso foi muito importante nessa fase da minha vida. O início da maternidade foi um momento de muita solidão, nos grupos eu podia compartilhar com mulheres que viviam a mesma fase e problemas tão parecidos com os meus. Conheci muitas mulheres bacanas, fiz amizades e aprendi o quanto um grupo pode nos fortalecer. Pietro está com 1 ano e 8 meses e adora mamar. Descobri que amamentar é realmente um prazer e tudo o que vivenciei fez com que eu me engajasse nessa luta pelo direito de amamentar. Há um ano que colaboro com as Amigas do Peito e faria tudo o que fiz de novo se tivesse que passar pelas mesmas dificuldades!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Leite materno previne obesidade

por Manuela Macagnan
http://bebe.abril.com.br/blogs/ultimas-do-bebe/2011/04/25/leite-materno-previne-obesidade/

Um estudo coordenado por Berthold Koletzko, pediatra alemão da Universidade de Munique, alerta para o fato de que o aleitamento materno reduz, em 20 a 25%, o risco de obesidade. Isso se deve a uma série de fatores. A própria oscilação do volume ingerido nas mamadas ao longo do dia favorece a autorregulação do apetite e, consequentemente, o desenvolvimento do mecanismo de saciedade. A mudança de sabor, de acordo com a dieta materna, prepara o paladar do bebê para a variedade de alimentos que ele consumirá no futuro.

Apesar de todos estes benefícios, uma proporção considerável de bebês é desmamada precocemente, necessitando de substitutos para o leite materno. Na prática, o mais utilizado é o leite de vaca. “Infelizmente, os lactentes no primeiro ano de vida ainda recebem, com frequência, leite integral, que contém cinco vezes mais proteína do que o leite materno e apresenta marcantes diferenças quanto aos aspectos qualitativos”, afirma Murahovschi.

Em 2009, Koletzko avaliou 1.138 crianças, que receberam fórmulas infantis –leite de vaca com uma composição nutricional modificada–, com diferentes conteúdos protéicos, durante o primeiro ano de vida. Para a comparação, também foram seguidas 619 crianças em aleitamento materno exclusivo. Os autores observaram que o Índice de Massa Corporal (IMC), aos 2 anos, no grupo que recebeu fórmula infantil mais protéica, era superior ao das crianças amamentadas ou que recebiam fórmulas infantis com menor concentração de proteínas.

O excesso desse nutriente predispõe à obesidade e ao diabete no futuro, além de sobrecarregar os rins, ainda imaturos. “No leite de vaca há, também, deficiência de aminoácidos, como a taurina – o que prejudica o desenvolvimento neurocerebral e a função da retina, nos olhos”, complementa Jayme Murahovschi.

Para a pediatra Roseli Saccardo Sarni, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, do Rio de Janeiro, é necessário um amplo trabalho de educação nutricional , que envolva gestantes, lactantes e mães, para a prevenção de doenças crônicas tão frequentes, em nosso meio, quanto à obesidade.

Lembre-se de que o aleitamento materno deve ser oferecido de forma exclusiva até os 6 meses e prosseguir, com a introdução de alimentação complementar balanceada, até os 2 anos, pelo menos.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

APOIO ÀS MÃES QUE CONTINUAM AMAMENTANDO DEPOIS DE UM ANO

Recebi o boletim informativo da La Leche  League de Maceió ( Janeiro - Fevereiro 2011 Vol. 32 - N° 01) e transcrevo um dos artigos :

APOIO ÀS MÃES QUE CONTINUAM AMAMENTANDO DEPOIS DE UM ANO

As mães que continuam dando o peito depois de um ano de idade da criança enfrentam  numerosos problemas, sobretudo devido às críticas de quem acha que isso “não é normal” e as intimidam com todo tipo de doenças e catástrofes. Na realidade, não se sabe qual a idade  “natural” para o desmame no ser humano. Cada cultura tem seus próprios costumes, ainda que,  sem dúvida, nenhuma cultura desmama tão rápido como a ocidental do século XX. A  antropóloga americana Katherine Dettwyler tem abordado a questão a partir da zoologia  comparada, extrapolando uma hipotética idade do desmame no ser humano a partir dos dados  referentes a outros primatas, iniciando por vários parâmetros que se correlacionam de forma mais ou menos exata com a amamentação:

a) Segundo o peso ao nascer.

Dizem que os mamíferos desmamam quando tenham triplicado seu peso ao nascer. Isto só é válido para os animais pequenos; os animais de tamanho parecido com o nosso desmamam  após quadruplicar o peso ao nascer, o que seria aproximadamente aos dois anos e meio.   

b) Segundo o peso do adulto.

Muitos mamíferos desmamam ao alcançar aproximadamente a terça parte de seu peso adulto. Como em nossa espécie o homem adulto é maior, ele representaria um desmame mais  tardio: os meninos até os sete anos (ao alcançar os 23 kg.), e as meninas um pouco antes dos  seis anos (com 19 kg.)

c) Segundo o peso da mãe.

Os pesquisadores Harvey e Clutton-Brock encontraram que, em um grande número de  primatas, a idade do desmame em dias é igual ao peso da fêmea adulta em gramas multiplicado por 2,71. Aplicando esta fórmula a uma mãe de 55 kg, corresponderia a desmamar aos três anos e quatro meses.

d) Segundo a duração da gestação.

A relação entre a duração da amamentação e a duração da gestação é muito variável entre os primatas, mas parece depender do tamanho dos indivíduos. Nos pequenos, essa relação   pode ser inferior a dois; mas, entre nossos parentes mais próximos (em parentesco e tamanho), a  relação é de 6,4 para o chimpanzé e de 6,18 para o gorila. Se assumimos que para o ser humano essa relação deve ser também superior a 6, o resultado é um mínimo de quatro anos e meio de  amamentação.

e) Segundo a dentição.

O desmame pode ocorrer em muitos primatas perto da erupção do primeiro molar  permanente, o que corresponderia aos 6 anos no ser humano. Como conclusão, Dettwyler supõe que a idade normal do desmame no ser humano deve estar em algum ponto entre os dois anos e meio e os sete.

Carlos González

EnLLLace

DESMAME

Desmame Natural? Isso existe?

por Elsa Regina Justo Giugliani
Pediatra, professora da Faculdade de Medicina da UFRGS, presidente do Departamento de Aleitamento Materno da SBP, Especialista em Aleitamento Materno pelo IBLCE (International Board of Lactation Consultant Examiners)
O homem é o único mamífero em que o desmame (aqui definido como a cessação do aleitamento materno) não é primariamente determinado por fatores genéticos e instinto, sendo fortemente influenciado por fatores socioculturais. Hoje, ao contrário do que ocorreu por pelo menos dois milhões de anos, ao longo da evolução da espécie humana, a mulher opta (ou não) pela amamentação e, influenciada por múltiplos fatores, decide por quanto tempo vai (ou pode) amamentar. Muitas vezes, as preferências culturais (não amamentação, introdução precoce de outros alimentos na dieta da criança, amamentação de curta duração) entram em conflito com a expectativa da espécie. Algumas conseqüências dessa divergência já puderam ser observadas, como desnutrição e alta mortalidade infantis, sobretudo em áreas menos desenvolvidas. Porém, as conseqüências a longo prazo ainda não são totalmente conhecidas, já que transformações genéticas não ocorrem com a rapidez com que podem ocorrer mudanças de hábitos. Começam a ser mostradas evidências de que o não amamentar segundo as expectativas da espécie pode ter repercussões negativas ao longo da vida dos indivíduos. Assim, a não amamentação ou amamentação sub-ótima pode favorecer o aparecimento de doenças alérgicas, diversas doenças do sistema imunológico, alguns tipos de cânceres, obesidade, diabete e doenças cardiovasculares, além de interferir negativamente no desenvolvimento oro-facial. Provavelmente, com o aparecimento de novas pesquisas nessa área, outros males serão relacionados com os hábitos “modernos” de alimentação infantil, mas alguns aspectos dificilmente podem ser quantificados, especialmente os relacionados com a psique humana.

Atualmente, em especial nas sociedades ocidentais, a amamentação é vista primordialmente como uma forma de alimentar a criança, sob o controle total dos adultos. Assim, perdeu-se a percepção da amamentação como um processo mais amplo, complexo, envolvendo intimamente duas pessoas e com repercussão na saúde física e no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, além de repercussões para a saúde física e psíquica da mãe. Hoje, em muitas culturas “modernas”, a amamentação prolongada (cujo conceito varia de acordo com a “convenção” da época e do local) freqüentemente é vista como um distúrbio inter-relacional entre mãe e bebê. Perdeu-se a noção de que o desmame não é um evento e sim um processo, que faz parte da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança, assim como sentar, andar, correr, falar. Nesta lógica, assim como nenhuma criança começa a andar antes de estar pronta, nenhuma criança deveria ser desmamada antes de atingir a maturidade para tal. Em harmonia com esta linha de pensamento, Dr. William Sears, um antigo pediatra, recomendava “Não limite a duração da amamentação a um período pré-determinado. Siga os sinais do bebê. A vida é uma série de desmames, do útero, do seio, de casa para a escola, da escola para o trabalho. Quando uma criança é forçada a entrar em um estágio antes de estar pronta, corre o risco de afetar o seu desenvolvimento emocional”. Essas palavras sábias podem ter pouco respaldo em sociedades individualistas, que tendem a acelerar o processo de independização do ser humano, substituindo o seio por métodos de auto-consolo como chupetas, paninhos, mantinhas, ursinhos, etc.

Segundo diversas teorias, o período natural de amamentação para a espécie humana seria de 2,5 a sete anos. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde recomenda aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses. Apesar dessa recomendação, muito poucas mulheres no Brasil amamentam por mais de dois anos. As razões para a não amamentação prolongada variam desde dificuldade em conciliar a amamentação com outras atividades, até crença de que aleitamento materno além do primeiro ano é danoso para a criança sob o ponto de vista psicológico. Uma parcela de mães, apesar de demonstrar desejo em continuar a amamentação, sente-se pressionada a desmamar por profissionais de saúde, seus maridos, parentes, vizinhos e amigos. Pois, para a manutenção do paradigma que sustenta a afirmação de que amamentação prolongada não é natural, foi necessário criar vários mitos tais como o de que uma criança jamais desmama por si própria, que a amamentação prolongada é um sinal de problema sexual ou necessidade materna e não da criança e que a criança que mama fica muito dependente. Algumas mães, de fato, desmamam para promover a independência da criança. No entanto, é importante lembrar que o desmame provavelmente não vai mudar a personalidade da criança. Além disso, o desmame forçado pode gerar insegurança na criança, o que dificulta o processo de independização.

O desmame pode ser agrupado em quatro categorias básicas: abrupto, planejado ou gradual, parcial e natural. Sob a ótica de que o desmame é um processo de desenvolvimento da criança, parece razoável afirmar que o ideal seria que ele ocorresse naturalmente, na medida em que a criança vai adquirindo competências para tal. No desmame natural a criança se auto-desmama, o que pode ocorrer em diferentes idades, em média entre dois e quatro anos e raramente antes de um ano. Costuma ser gradual, mas às vezes pode ser súbito, como por exemplo em uma nova gravidez da mãe (a criança pode estranhar o gosto do leite, que se altera, e o volume, que diminui). A mãe também participa ativamente no processo, sugerindo passos quando a criança estiver pronta para aceitá-los e impondo limites adequados à idade.
O Quadro 1 apresenta os sinais indicativos de que criança pode estar pronta para iniciar o desmame:

Quadro 1. Sinais sugestivos de que a criança está madura para o desmame
• Idade maior que um ano
• Menos interesse nas mamadas
• Aceita variedade de outros alimentos
• É segura na sua relação com a mãe
• Aceita outras formas de consolo
• Aceita não ser amamentada em certas ocasiões e locais
• Às vezes dorme sem mamar no peito
• Mostra pouca ansiedade quando encorajada a não amamentar
• Às vezes prefere brincar ou fazer outra atividade com a mãe ao invés de mamar

É importante que a mãe não confunda o auto-desmame natural com a chamada “greve de amamentação” do bebê. Esta ocorre principalmente em crianças menores de um ano, é de início súbito e inesperado, a criança parece insatisfeita e em geral é possível identificar uma causa: doença, dentição, diminuição do volume ou sabor do leite, estresse e excesso de mamadeira ou chupeta. Essa condição usualmente não dura mais que 2-4 dias.
Algumas vantagens do desmame natural encontram-se no Quadro 2:

Quadro 2. Vantagens do desmame natural
• Transição tranqüila, menos estressante para a mãe e a criança
• Preenche as necessidades da criança até elas estarem maduras para o desmame
• Fortalece a relação mãe-filho
• Ajuda a mãe a ser menos ansiosa com relação aos estágios de desenvolvimento de seu filho

O desmame abrupto é desencorajado, pois se a criança não está pronta, ela pode se sentir rejeitada pela mãe, gerando insegurança e muitas vezes rebeldia. Na mãe, o desmame abrupto pode precipitar ingurgitamento mamário, bloqueio de ducto lactífero e mastite, além de tristeza ou depressão, por luto pela perda da amamentação ou por mudanças hormonais.
Muitas vezes a mulher se depara com a situação de querer ou ter que desmamar antes de a criança estar pronta. Nesses casos, o profissional de saúde, em especial o pediatra, deve respeitar o desejo da mãe e ajudá-la nesse processo.
 O quadro 3 apresenta os fatores que facilitam o encorajamento do bebê para o desmame.

Quadro 3. Encorajando o bebê a desmamar: facilitadores
• Mãe segura de que quer (ou deve) desmamar
• Entendimento da mãe de que o processo pode ser lento e demandar energia, tanto maior quanto menos pronta estiver a criança
• Flexibilidade, pois o curso é imprevisível
• Paciência (dar tempo à criança) e compreensão
• Suporte e atenção adicionais à criança – mãe não deve se afastar neste período
• Ausência de outras mudanças ocorrendo: Ex.: controle dos esficteres
• Sempre que possível, desmame gradual, retirando uma mamada do dia a cada 1-2 semanas.

A técnica utilizada para fazer a criança desmamar varia de acordo com a idade da mesma. Se a criança for maior, o desmame pode ser planejado com ela. Pode-se propor uma data, oferecer uma recompensa e até mesmo uma festa. A mãe pode começar não oferecendo o seio, mas também não recusando. Pode também encurtar as mamadas e adiá-las. Mamadas podem ser suprimidas distraindo a criança com brincadeiras, chamando amiguinhos, entretendo a criança com algo que lhe prenda a atenção. A participação do pai no processo, sempre que possível, é importante. A mãe pode também evitar certas atitudes que estimulam a criança a mamar, por exemplo, não sentar na poltrona em que costuma amamentar.

Algumas vezes, o desmame forçado gera tanta ansiedade na mãe e no bebê, que é preferível adiar um pouco mais o processo, se possível. A mãe pode, também, optar por restringir as mamadas a certos horários e locais.

As mulheres devem estar preparadas para as mudanças físicas e emocionais que o desmame pode desencadear, tais como: mudança de tamanho das mamas, mudança de peso e sentimentos diversos tais como alívio, paz, tristeza, depressão, culpa e arrependimento.

Já se avançou muito na valorização do aleitamento materno nos últimos tempos. A recomendação da duração da amamentação passou de 10 meses na década de 30 para dois anos ou mais nos dias de hoje. Atualmente, fala-se em desmame natural como a forma ideal de desmame, sem especificar uma idade mínima ou máxima para que esse processo ocorra. Apesar desse avanço ainda estamos longe de encararmos o desmame como um marco do desenvolvimento da criança. Para chegarmos a este estágio, faz-se necessário entender e enfrentar as circunstâncias que, segundo Souza e Almeida, “ultrapassam a natureza e desafiam a cultura e a sociedade”.
                                                                                                                 
FONTE: http://www.sbp.com.br/show_item2.cfm?id_categoria=21&id_detalhe=1845&tipo_detalhe=s

sexta-feira, 1 de abril de 2011

PREPARO DAS MAMAS PARA A AMAMENTAÇÃO

PREPARO DAS MAMAS PARA A AMAMENTAÇÃO



Já falei sobre isso em 2009 aqui no blog  mas, como esse é assunto que desperta na mulher gestante muita preocupação, resolvi falar novamente.
A experiência de algumas mães é a de sentir dor ao amamentar, de apresentar fissuras/rachaduras nas mamas . Porém, não é porque algumas mães sentiram dor que todas as mães também sentirão.


Os mitos "dor ao amamentar é normal" e o “pouco bico” não amamenta, já estão sendo tão enraizados pelas mulheres que, há algum tempo atrás, uma amiga num almoço, comentou que já dá de presente para as futuras mamães ,um “kit para preparar para amamentar”, que consiste em : pomada (“anti fissuras”- que “prepara o peito”), conchas ( para fazerem os bicos sairem na gestação) e protetores de mamilo( porque a mãe pode ter pouco bico e além disso, sofrer com a amamentação atraves de fissuras) .
Perguntei se ela sabe de antemão se aquela mãe deseja amamentar, mas isso nem passa pela cabeça dela.
Dá o “kit” e pronto, acha que resolverá todo e qualquer problema na amamentação! Naturalmente essa amiga deve achar que a mãe é um peito ambulante, desprovida de emoções (algumas vezes, são elas , as diversas emoções , que podem dificultar a amamentação e não as fissuras, dores ou bicos pequenos- que são resolvíveis).
Por décadas, tem sido uma prática comum ,os profissionais de sáude recomendarem esfregaços com bucha vegetal , o uso de conchas e exercícios de estiramento do mamilo para que o peito da mãe fique “devidamente preparado” para a amamentação.
Quando essas orientações começaram a ser disseminadas, poucas pesquisas haviam para detectar o porque de fissuras/ rachaduras e de bicos que em algumas situações impediam a amamentação.
Criou-se um mito de que, a mulher que não prepara o peito para amamentar sofrerá depois nas mamadas. Então o marketing existente, que não é bobo nem nada, aliado a desinformação de muitos profissionais de sáude, criaram e continuam reforçando a necessidade de “ calejar’ as mamas e torná-las mais fortalecidas.
No final do século passado, na década de noventa, houve uma explosão de pesquisas, e surgimento de bibliografias referentes a amamentação, disponível também na Internet, e o preparo das mamas recomendado pelos profissionais, foi bastante discutido e muita orientação foi “por terra” .
As mamas vão se preparando naturalmente para a amamentação pela ação dos hormônios e pouco pode ser feito durante a gestação, para evitar as temíveis fissuras e o surgimento de “bicos”. Muita gente ainda acha que somente bicos de “médios a grandes “são bons para amamentar( isso também é um mito).
Já se comprovou que muitas das coisas que se faziam com o intuito de preparar as mamas (como passar esponja,bucha vegetal, fazer massagens, tentar tirar o colostro, etc), não surtem o efeito esperado( que é o de “calejar” o peito para a amamentação e estimular a produção de leite) e ainda podem ser prejudiciais.
De que forma?
Por exemplo:
* Quando uma gestante/mãe usa álcool , pomadas , cremes , sabões, tratamento abrasivo ou agressivo do bico, a pele da aréola e mamilo, além de perderem a hidratação natural da mamilo e aréola, podem ficar ressecadas , tornando-as mais finas e podendo até provocar futuras rachaduras, porque interferem nas funções das céulas de Montgomery na limpeza, lubrificação e função bacteriostática da aréola e mamilos .
* Estimular a sáida do colostro, os exercicios mamilares , massagens e fricções, podem provocar a liberação de ocitocina,levando a abortamento ou trabalho de parto prematuro.

Vale lembrar que o leite materno , inicia sua produção de forma bastante efetiva, com a retirada da placenta no parto e relembrar que: “ Nenhuma forma de preparação pré-natal das mamas , parece ter benefícios estatisticamente confirmados”(Inch S. Antenatal preparation for breastfeeding .In:Enkim M, Keirse M eds. Effetcive Gare in Pregnancy and Childbirth, New York an Toronto :Oxford UniversityPress,pp. 335-342 , 1993

Mais importante do que tratar ferimentos é preveni-los:
*Tomar sol e deixar os seios ao "ar livre" sempre é bom. Pela manhã e no final da tarde por alguns minutos.
* Quando o bebê nascer, colocá-lo de forma que a posição dele no peito, facilite sua pega no peito. Se o bebê pega eficazmente o peito de sua mãe, dificilmente seus bicos irão rachar. Para ajudar na cicatrização, caso ocorram fissuras- banhos de sol , passar o proprio leite materno , deixar o peito mais arejado possível são suficientes, além , é claro, ficar sempre de olho no posicionamento do bebê nas mamadas.
* Evitar o uso de conchas, protetores, e pomadas porque umidificam aréola e mamilo, dificultando a cicatrização

FONTES: http://www.ibfan.org.br/documentos/mes/doc7_97.pdf
                 http:// www.aleitamento.com
                http://blogdaamamentacao.blogspot.com/2009/04/preparo-das-mamas-para-amamentar.html?zx=dd408d9330841d1)
                http://www.mulhersaudavel.com.br/index.php?id=16&setor=4

               livros: “Aleitamento Materno( José Dias Rego) , “O Livro de Estímulo á Amamanetação (Adolfo Bicalho Lana), “Amamentação- da Teoria á Prática-manual para profissionais de sáude”- Centro de Lactação de Santos

Mãe e Amamentação

Eu gosto muito de um livro chamado "O Livro de Estímulo á Amamentação" ( Dr Adolfo Bicalho Lana)
Releio esse livro sempre que possível, e , hoje deixo aqui dois comentários dele que falam direto ao meu coração:

                                                          http://ziraldo.blogtv.uol.com.br/




"A mãe não poderá jamais ser tratada com um objeto, uma espécie de mamadeira natural. Deve, sim, ser o centro de nossa atenção e ação. A amamentação só se dá através dela e só se dará a contento se suas necessidades físicas, emocionais, sociais, culturais, intelectuais e profissionais forem pelo menos razoavelmente atendidas. É preciso cuidar bem da mãe para que ela possa cuidar bem do bebê."

" Uma orientação antecipatória para os principais eventos do pós-parto torna-se imprescindível. A orientação deverá se dar não só sobre os eventos orgânicos e fisiológicos, mas principalmente sobre os eventos psicológicos, pois são estes, na maioria das vezes, os responsáveis pelo bom ou pelo mau andamento da amamentação."




("O Livro de Estímulo á Amamentação-uma Visão Biológica, Fisiológica e Psicológica Comportamental da Amamentação) Adolfo Bicalho Lana (2001, ps. 09, 19)  
 

quinta-feira, 31 de março de 2011

Como o leite materno vira água e a vaca passa a fazer melhor leite que o seu

por AMS - Aleitamento Materno Solidário, sexta, 25 de março de 2011 às 10:05.


"Eu acho que se você amamenta por um ano alguém deveria fazer uma festa para você. O melhor que eu pude fazer foi dar camisetas comemorativas. Eu já dei mais camisetas do que posso contar e atualmente eu tenho uma lista comemorativa para celebrar as mães que conseguiram isso no meu website.
http://www.drjen4kids.com/breastfeeding/wall%20of%20fame.htm

Então, com todas essas mães no meu consultório alcançando esse objetivo,, eu comecei a considerar fazer algo para reconhecer as mães que continuavam a amamentar aos 18 meses. Essas mães maravilhosas, que ganharam a camiseta e os parabéns pelo primeiro ano diziam “Não, obrigada.” quando eu mencionei o que tinha em mente – elas não queriam que outras pessoas soubessem. Elas amamentavam, mas não queriam reconhecimento público. Elas amamentavam “no armário” e estavam bem assim.
A revisão dos 12 meses é uma ótima oportunidade para falar dos benefícios de continuar a amamentar além do primeiro ano. Eu vou tentar não dizer “amamentação prolongada” porque isso revela um viés cultural que existe onde eu vivo, mas talvez não onde você viva. Mundialmente, amamentar até os 2 ou 4 anos é simplesmente normal. E antes que o viés cultural interrompa a discussão, a política da Associação Americana de Pediatria diz que “não existe limite para a duração da amamentação e não há evidência psicológica de prejuízo ao desenvolvimento devido à amamentação no terceiro ano de vida ou mais”.
Então, o que acontece aos doze meses? De acordo com a crença popular, no momento em que o seu lindo bebê amamentado está dormindo na noite anterior do seu primeiro aniversário, o mundo se transforma: no dia seguinte, eles descobrem que o leite materno já não serve. Eles descobriram que a vaca faz um leite melhor que a mãe.
E como você faz que uma criança de um ano que ainda não fala entenda isso? Eles estão contando com continuar recebendo a calidez, a expressão de amor e a maravilhosa nutrição que tinham no dia anterior. Qual é a mágica daquele 366º dia da sua vida?
Eu sei que não faz sentido e que o bebê de um ano provavelmente está confuso, mas eu conheço algumas mulheres maravilhosas que acreditam que se elas continuarem a amamentar, seus filhos vão precisar de um complemento de leite de vaca “para que tenham todos os nutrientes”. Eu devo morar no paraíso dos laticínios, onde pessoas usam chapéus de queijo em público, mas o leite da vaca é para os bezerros. E como eu normalmente tenho essa conversa no meio de uma consulta, com a criança presente, eu posso fazer um bom trabalho convencendo a família de que o meu exame clínico sugere que o seu filho não é um bezerro.
Os componentes do leite materno que combatem infecções continuam presentes: lisozima, lactoferrina, imunoglobulina (IgA) estão presentes em quantidades estáveis. Os níveis de proteína, cálcio, ácidos graxos de cadeia longa são mais baixos comparados com o leite de um bebê de 3 meses, mas não estamos falando de bebês de 3 meses que só se alimentam de leite materno. A criança de um ano já come outros alimentos. Além disso, sabemos que mães que amamentam por mais tempo diminuem o seu risco de câncer de mama.
Eu entendo. Muitas pessoas, incluindo os profissionais de saúde, não entendem porque você quer amamentar por mais de um ano. Mas não são eles que tem que acalmar uma criança de 15 meses berrando. Eu só estou dizendo isso – se eu tivesse que escolher entre uma criança chorando que eu tenho que distrair e fazer feliz de alguma maneira e uma criança chorando que eu posso dar o peito e fazer feliz em 5 minutos, eu prefiro o segundo.
Algum dia, eu espero poder fazer algo pelas minhas amigas, as mães que amamentam “no armário” e eu saberei que estarei fazendo progresso aqui no meu pedacinho de mundo. Talvez então nós possamos convencer o resto do mundo que amamentar um bebê de mais de um ano é normal. "

Jenny Thomas, pediatra membro da Associação Americana de Pediatria, membro do Comitê Internacional de Certificação de Consultoria de Aleitamento e da Academy of Breastfeeding Medicine.
http://www.facebook.com/notes/lakeshore-medical-breastfeeding-medicine-clinic/when-breastmilk-turns-to-water-and-a-cow-makes-better-milk-than-you-do/155702701154727

Tradução de Bel Kock-Allaman

FONTE:   A M S- ALEITAMENTO MATERNO SOLIDARIO http://www.facebook.com/pages/AMS-Aleitamento-Materno-Solid%C3%A1rio/197242083624453

domingo, 13 de março de 2011

AMAMENTAR por + tempo



FONTE:  http://www.aleitamento.com/


As crianças amamantadas por mais de 6 meses teriam menos risco de sofrer transtornos mentais no futuro, sugeriu um estudo realizado na Australia.

"Prolongar o aleitamento materno beneficiaria a saúde mental da criança até a adolescência", escreveu no The Journal of Pediatrics a equipe de Wendy H. Oddy, do Instituto de Investigação em Saúde Infantil Telethon, em West Perth.

A amamentação ajudaria os lactentes a superar melhor o estresse e até reforçaria o apego entre a mãe e filho, dois benefícios a longo prazo.

A equipe estudou 2.366 filhos de participantes da investigação Raine (Western Australia Pregnancy Cohort Study). Foi avaliada a saúde mental de cada criança aos 2, 5, 8, 10 e 14 anos.

11% das crianças nunca havia recebido Leite Materno, e 38% havia sido amamantada menos de 6 meses e a metade, durante 6 meses ou mais.

As mulheres que optaram pela amamentação por menos de 6 meses eram mais jovens, tinham menos educação formal, eram mais pobres, estavam mais estressadas e fumavam mais que aquelas que escolheram a amamentação prolongada.

Além disso, essas mulheres eram mais propensas a sofrer depressão pós parto e seus bebês apresentavam problemas de desenvolvimento.

Em cada avaliação, a equipe descobriu que as crianças amamantadas por menos tempo se comportavam pior.

As diferentas se observaram na conduta de se internalizar, que é aquela que se interioriza a negatividade, como a depressão e a conduta que se exterioriza com agressão.

A conduta melhorava por cada mês adicional de amamentação.

O aleitamento materno por 6 meses ou mais se manteve associado positivamente com a saúde mental e o bem estar das crianças e dos adolescentes mesmo controlando a influência de fatores sociais, econômicos e psicológicos, além das experiencias nos primeiros anos de vida.

A equipe concluiu que “as intervenções orientadas a aumentar a duração da amamentação beneficiaria a saúde mental de crianças e adolescentes a longo prazo”.

The Journal of Pediatrics, 14 de diciembre del 2009 – Tradução de Marcus Renato de Carvalho

 Long-Term Effects of Breastfeeding on Child and Adolescent Mental Health: A Pregnancy Cohort Study Followed for 14 Years

Wendy H. Oddy, PhDa , Garth E. Kendall, PhDac, Jianghong Li, PhDad, Peter Jacoby, MSca, Monique Robinson, BA (Hons) Psycha, Nicholas H. de Klerk, PhDa, Sven R. Silburn, MSce, Stephen R. Zubrick, PhDe, Louis I. Landau, MDb, Fiona J. Stanley, MDa

Objectives
To determine whether there was an independent effect of breastfeeding on child and adolescent mental health.

Study design

The Western Australian Pregnancy Cohort (Raine) Study recruited 2900 pregnant women and followed the live births for 14 years. Mental health status was assessed by the Child Behaviour Checklist (CBCL) at 2, 6, 8, 10, and 14 years. Maternal pregnancy, postnatal, and infant factors were tested in multivariable random effects models and generalized estimating equations to examine the effects of breastfeeding duration on mental health morbidity.

Results

Breastfeeding for less than 6 months compared with 6 months or longer was an independent predictor of mental health problems through childhood and into adolescence. This relationship was supported by the random effects models (increase in total CBCL score: 1.45; 95% confidence interval 0.59, 2.30) and generalized estimating equation models (odds ratio for CBCL morbidity: 1.33; 95% confidence interval 1.09, 1.62) showing increased behavioral problems with shorter breastfeeding duration.

Conclusion

A shorter duration of breastfeeding may be a predictor of adverse mental health outcomes throughout the developmental trajectory of childhood and early adolescence.

CBCL, Child Behaviour Checklist, EE, Estimate of effects, POBW, Proportion of optimal birth weight

a Telethon Institute for Child Health Research, Centre for Child Health Research, Curtin University of Technology, Perth, Australia

b Faculty of Medicine and Dentistry, Curtin University of Technology, Perth, Australia

c The University of Western Australia, the School of Nursing and Midwifery, Curtin University of Technology, Perth, Australia

d Centre for International Health & School of Public Health, Curtin University of Technology, Perth, Australia

e The Centre for Developmental Health, Curtin University of Technology, Perth, Australia

Reprint requests: W.H. Oddy, PhD, Telethon Institute for Child Health Research, PO Box 855, West Perth, WA, 6872, Australia.

The Western Australian Pregnancy Cohort (Raine) Study is funded by the Raine Medical Research Foundation at The University of Western Australia, the National Health and Medical Research Council of Australia (NHMRC), the Telstra Foundation, the Western Australian Health Promotion Foundation, and the Australian Rotary Health Research Fund. We would also like to acknowledge the Telethon Institute for Child Health Research and the NHMRC Program Grant which supported the 14-year follow-up (Stanley et al, ID 003209). The authors declare no conflicts of interest.

“Não há um limite máximo para a duração da amamentação e não há evidência de prejuízo psicológico ou no desenvolvimento, da amamentação no terceiro ano de vida ou depois disso.”


DETTWYLWE KA. A time to wean: the hominid blueprint for the natural age of weaning in modern human populations. In: Stuart-Macadam P, Dettwylwe KA, eds. Breastfeeding: Biocultural Perspectives. Hawthorne, NY: aldine de Grusyter; 1995:39-73

Autor: The Journal of Pediatrics
Data: 19/1/2010


























sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

DEZ PASSOS PARA O SUCESSO DA AMAMENTAÇÃO



DEZ PASSOS PARA O SUCESSO DA AMAMENTAÇÃO

Todo serviço de maternidade e de cuidado derecém nascidos deverão:
1. Ter uma política de aleitamento materno escrita que seja comunicada periodicamente aos funcionários.

2. Treinar todos os funcionários para efetuar essa política.
3. Informar a todas as gestantes sobre os benefícios e a prática da amamentação aleitamento materno.
4. Ajudar as mães a começar o aleitamento na primeira meia hora após o parto.
5. Ensinar às mães como amamentar e como manter a amamentação mesmo  que ainda  sejam separadas dos seus bebês.
6. Não dar aos recém nascidos nenhum outroalimento nem bebida que não seja o leite ma-terno, fazê-lo só por indicação médica.
7. Praticar o alojamento conjunto; deixar mães e bebês juntos as 24 horas do dia.
8. Estimular que a amamentação seja à livre demanda.
9. No dar mamadeiras, chupetas e outros bicos artificiais aos bebês amamentados.
10. Promover a criação dos grupos de apoio a  amamentação e encaminhar às mães aos mesmos.

WABA 201010
Vamos cumprir osPassos!
www.worldbreastfeedingweek.org

 
 Vamos cumprir os 10 Passos para o sucesso do aleitamento materno para que os Hospitais sejam amigos da criança e vamos tornar outros espaços amigos da criança; oferecer informação para apoio e a defesa do aleitamento materno e sugerir ações para os sistemas de saúde e comunidades, a nível local, nacional e mundial
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Pesquisas mostram que em todo o planeta,a melhor opção de alimentação é aquela que se inicia com aleitamento materno na primeira hora de vida, o aleitamento materno exclusivo por seis meses completos, e a alimentação complementar adequada, apropriada para a idade e segura a partir dos seis meses junto com aleitamento materno continuo por 2 anos ou mais
Amamentar melhora a saúde materna em curto e longo prazo; pode contribuir a atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio com os quais muitos países e agências estão comprometidos, em particular o de n. 4: Reduzir a mortalidade das crianças e o de n. 5: Melhorar a saúde materna  VER: /www.un.org/spanish/millenniumgoals].
A UNICEF ressaltou recentemente que a redução da mortalidade infantil, de 13 milhões em 1990 a 8,8 milhõe sem 2008, deve-se em parte à adoção maciça de intervenções nas práticas de saúde como o aleitamento materno precoce e exclusivo.





 .Patrocínio: WABA = não aceita patrocínio nem financiamento de nenhuma índole das companhias fabricantes de substitutos do leite materno e produtos relacionados nem de alimentos infantis complementares.
 WABA estimula a todos os participantes daSemana Mundial do Aleitamento Materno respeitar, apoiar e unir-se a esta posição ética.WABA  a Aliança Mundial pro Aleitamento Materno(WABA) é uma coalizão mundial de pessoas,organizações e redes dedicada a proteção,promoção e apoio a amamentação em todo omundo, fundamentada na Declaração de Innocenti,nos Dez Passos para Nutrir o Futuro e na EstratégiaMundial da OMS/UNICEF para a Alimentação doLactante e da Criança Pequena. Suas principais associadas são: a Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN),a Liga La Leche Internacional (LLLI), a Internacional LactationConsultant Association (ILCA), o Wellstart Internacional e aAcademy of Breastfeeding Medicine (ABM).
WABA tem statusconsultivo junto ao UNICEF, e como ONG tem status consultivo especial junto ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas(ECOSOC).
Contatos:Waba - America LatinaCEFEMINAApartado 5355, 1000 San Jose - Costa RicaFax: 506-224 3986cefeminina@racsa.co.crIBFAN BrasilRua Carlos Gomes, 1513, Sala 02Jd. Carlos Gomes - Jundiai - SP - BrasilCEP: 13215-021 - Fax; (11) 4522 5658